quarta-feira, 9 de maio de 2012

Gasto com diárias no exterior triplica na gestão de Cabral no Rio



Folha de S. Paulo
09/05/2012


Gasto com diárias no exterior triplica no governo do Rio



Despesas atingiram recorde no ano passado e somam R$ 20 milhões desde a posse de Sérgio Cabral em 2007
Assessoria afirma que aumento de gasto se deu para atração de "negócios e eventos", como a Olimpíada

Ítalo Nogueira


RIO - Sob administração do governador Sérgio Cabral, o governo do Rio gastou desde 2007 mais de R$ 20 milhões em diárias no exterior, segundo dados da Secretaria Estadual de Fazenda.


O gasto vem crescendo ano a ano, batendo o recorde em 2011, quando R$ 5,6 milhões foram usados para custear viagens oficiais internacionais de funcionários do governo.

Entre as viagens com diárias custeadas pelo Estado está a missão a Paris em setembro de 2009, na qual secretários e Cabral foram fotografados confraternizando com empresários que têm contratos com o Estado, como Fernando Cavendish, dono da Delta.

O governador afirma que a festa na qual as imagens foram feitas foi paga pelo barão francês Gerard de Waldner.


Os números mostram que o governo Cabral quase triplicou os gastos com viagens ao exterior, em comparação com os de sua antecessora, Rosinha Garotinho (2003-2006).


Enquanto a administração anterior gastou R$ 4,9 milhões nos quatro anos, a gestão do peemedebista consumiu, de 2007 a 2010 (seu primeiro mandato), R$ 13 milhões com diárias no exterior, em valores atualizados.


O governo disse, por meio da assessoria de imprensa, que as missões oficiais servem para "atração de negócios, eventos e turismo" e citou como exemplos a Rio +20 e a Olimpíada.


Cabral recebeu diretamente do governo R$ 148 mil em diárias desde 2007, quando assumiu o governo. Esse valor foi usado nos 127 dias em que, segundo sua assessoria, ele esteve em missões internacionais. O gasto médio diário é de R$ 1.116.


Para sua assessoria, é "compatível com despesas de uma viagem internacional".


As diárias podem ser usadas para gastos com alimentação, estadia e locomoção urbana.


A assessoria do governo afirma ainda que os funcionários recebem o valor antes da viagem, com base em estimativa de gasto. Não há prestação de contas posterior.

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