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Garoto afirma que todas as mortes tiveram motivo e não arrependimento
Consciente de seus crimes, o adolescente de 17 anos recapturado na noite de ontem (26), pelos policiais da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento a Infância e Juventude), após fuga da Unei (Unidade de Internação Educacional) Dom Bosco afirma que a certeza do pouco tempo de detenção aumenta a vontade de praticar mais roubos, homicídios e outros diversos atos que, segundo ele, são sinônimos de aproveitar a vida.
“Falaram pra mim quando eu tinha 14 anos e eu falaria também: aproveita enquanto é de menor, curte a vida, toca o terror mesmo. Você é de menor, aproveita mete bala agora porque depois é prisão e pena de verdade”, diz.
Para ele, a satisfação de eliminar um de seus inimigos é maior do que a pena branda que lhe será aplicada.
O garoto tem passagens pela polícia desde os 14 anos, sendo quatro por homicídios. Ele também é fichado por diversos roubos, inclusive a malotes, além de três tentativas de homicídio.
Ele é apontado como o líder da fuga de oito adolescentes da Unei, na madrugada de segunda-feira (23) e considerado o de mais alta periculosidade entre os fugitivos.
Mesmo tendo sido internado por ao menos três vezes na Unei para cumprir medida sócio-educativa pelos homicídios, o adolescente diz nunca ter ficado mais de seis meses em cada temporada na Unidade.
“Se da primeira vez que fui preso tivesse ficado até os 18 era melhor. O que adiantou ser preso e solto, se meses depois eu tava lá de novo. Se o menor soubesse que ia ficar lá até os 18 anos ia pensar mais antes. E depois, quando fosse de maior, a lei é outra”, diz.
Prova disso, segundo o garoto, é o alto índice de reincidência dentro da Unei. “Vai lá fazer uma entrevista e pergunta quem é primário. Se de 70 tiver 20, é muito. Tem muleque que está lá pela oitava vez”, afirma.
Com seus direitos na ponta da língua, o adolescente é categórico ao dizer que vai tentar fugir novamente da Unei. Ele sabe que até completar 21 anos vai voltar para a Unidade e cumprir a medida como menor de idade. O adolescente irá completar 18 anos no dia 17 de junho.
Ele conclui dizendo que “falam que menor é fofo, mas é nada. Não tem nenhum fofo lá na Unei não”, diz.
Assassinatos - A primeira passagem policial do garoto aconteceu em 2007, quando em meio a uma briga de gangues o adolescente se envolveu na morte de uma criança de 10 anos, portadora de síndrome de down.
A vítima estava com a família em uma pizzaria no bairro Santa Carmélia e foi atingida por um dos disparos feitos pelos jovens. Sobre esse crime, o garoto garante não ser o autor.
“Não matei a menina não, não tenho nada a ver. Nem estava armado nesse dia, mas tava lá no meio da briga com a gangue rival”, diz.
Já os outros três homicídios, o adolescente não só confessa a autoria, mas também conta detalhes de como matou as vítimas e aponta motivos para cada uma das mortes, sem nenhum arrependimento
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