O Brasil naufraga. A cada dia a situação brasileira muda – em alguns aspectos geralmente negativos – tão depressa que, quando se pensa num artigo para esta coluna, já as coisas degringolaram ou se confundiram um pouco mais.
Confesso que no dia 15 de março não participei com meus filhos e amigos, e que me dispensei porque, afinal, a cada duas semanas estou com a cara na janela aqui, para milhões de leitores, muito exposta e muito ativa, sem ter de me apoiar na bengala que nos últimos anos uso para trajetos maiores ou mais cansativos, ou para subir alguns degraus.
Mas desta vez prometi a mim mesma, se sair a manifestação de 12 de abril, lá estarei, de bengalinha e tudo, orgulhosa de poder fazer algo mais concreto ainda do que um artigo, pelo bem deste país do qual minha família fez a sua pátria há 200 anos, labutando para que ele se torne maior e melhor.
Tomamos consciência do perigo real, e protestamos pacificamente: 2 milhões de pessoas nas ruas do Brasil clamando pelo seu direito a escolas e hospitais públicos decentes, postos de saúde funcionando e dando os remédios básicos, estradas transitáveis; que a economia em redemoinho descendente não trave ainda mais nossa já dura vida cotidiana.
Que não desmoronem mais casinhas e edifícios do Minha Casa Minha Vida, malconstruídos, ou erguidos em locais proibidos, como à beira de uma represa.
Que os desperdícios em gastos do governo sejam zerados, que as assombrosas revelações, cada dia comprovadas, sobre roubos gigantescos na Petrobras e outras estatais não desabem sobre a população como um maremoto num país ingovernável e paralisado, onde propagandas enganosas causaram o endividamento impagável de milhares de famílias; que se interrompa e reduza o desemprego, que massacra muito mais pessoas do que se imagina; que se corrijam a humilhação e o isolamento do país no cenário internacional, pela patética atuação no campo diplomático.
Que Deus nos ajude!
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