Um dos relatos mais aterradores é o de Juan Manuel Carrasco, de 21
anos, um estudante da cidade de Valencia, no estado Carabobo. Como muitos outros
jovens, Juan Manuel decidiu sair às ruas para "resistir" aos ataques
do governo Maduro contra seus opositores. O estudante confessou ter sido
estuprado com um fuzil.
- Você ainda vê nos olhos de Juan Manuel a dor, como se ele fosse estuprado
todos os dias - disse Arencibia. - O livro é uma homenagem aos 49 mortos do ano
passado e a todos os jovens que tiveram a valentia de defender a necessidade de
uma mudança democrática.
O jornalista também acredita que "Testemunhos da repressão"
ajudará, no futuro, a julgar os culpados pelas gravíssimas violações dos
direitos humanos cometidas pelo governo Maduro.
Atualmente, estima-se que haja ao menos 76 presos políticos no país.
Organismos internacionais, entre eles o Comitê de Direitos Humanos das Nações
Unidas, continuam questionando abusos cometidos pelo Estado venezuelano. Mês
passado, o comitê da ONU discutiu o caso venezuelano e vários de seus membros
criticaram o tratamento a presos políticos, entre eles juízes e dirigentes
políticos de peso. O perfil repressor de Maduro também foi condenado por
organizações como Anistia Internacional e Human Rights Watch, entre muitas outras.
ONGs venezuelanas como Foro Penal e Espaço Público vêm pedindo, há tempo, que o
Palácio Miraflores autorize a visita de uma missão da ONU para verificar a
situação dos presos políticos. Mas o governo Maduro insiste em fechar essa
porta.
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