O fato é que o ventrículo do cérebro conhecido
como memoriae sedes – a “sede da memória” ou, mais nobremente, o “trono
da memória”, em certas pessoas devotas de ideologias, sobretudo as de
viés totalitário, tem menos matéria do que o comum. Por causa dessa
deficiência, segundo estudiosos que dissecaram o cérebro, as pessoas, ‘não se
lembram de seus crimes anteriores e, até dos castigos que receberam e, assim,
voltam a praticar os mesmos crimes sem nenhuma vergonha ou arrependimento, como
um cão que come seu próprio vômito. Na história temos os maiores
criminosos como Calígula, Nero, Lenin, Trotski, Stalin, Mao, os irmãos Castros,
Hitler, todos mesmo apesar de suas circunstâncias, repetiram seus crimes sem
nenhuma vergonha ou culpa, sem temer punição, embora a história também
registre que muitos tiranos com poder absoluto e de natureza maligna tiveram fim
trágico.
Assim, “como um cão voltando ao seu vômito”,
essas personagens impulsionados por algum instinto animal atávico reiteravam na
prática de crimes que já tinham maculado suas almas “doentes”, a
“doença da alma”como apontara Platão
ou alguma deficiência no cérebro que os acometera. A natureza os fez assim, a
sua necessidade é simplesmente a de destruir a vida, banquetear-se sem
compaixão nem consciência do sofrimento de suas vítimas inocentes. Essa é a sua
natureza desde que sua vida começou a acordar na barriga de sua mãe. Mas, de
alguma maneira, sempre conseguia esconder sua face monstruosa por trás da
máscara de homem. É a alma definitivamente doente.
RIVADÁVIA
ROSA
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