domingo, 2 de agosto de 2015

A MENTE ESQUERDISTA


 
 
"Se Deus não existe, tudo é permitido."
Fiódor Dostoievski
 
Waldo Luís Viana*
 
Tudo começa com a morte de Deus. Ela foi anunciada por Nietzsche, quando também vaticinou, de lambuja, o falecimento da metafísica. Com essa manobra filosófica, o sifilítico filósofo alemão alicerçou o fortalecimento de todas as ideologias socialistas.
         Principia assim: quando o ateu se recusa a ter um Pai Celestial, procura avidamente um pai na Terra. E que seja eterno enquanto dure, porque depois virá o nada. A vida então torna-se triste, a não ser que ele possa amar um pai postiço na política que lhe resolva todos os problemas. Tal dependência já foi apontada pelo psiquiatra norte-americano Lyle Rossiter como uma espécie avançada de doença mental.
         Para o esquerdista e a maioria dos ateus, o mundo só se estabiliza com a presença onipotente do pai terreno, embora Freud, em delírio ateu, também aventasse a hipótese de que, no alvorecer da humanidade, teria havido um parricídio original. De onde ele retirou essa fantasmagoria positivamente não sei...
         Sem Deus, o poder está aqui e se estratifica num partido, porta-voz do pai que tem que ser amado. A vida do esquerdista é um apostolado completo pelo partido e por seu proprietário, substituto da entidade espiritual que precisa ser cortejada a qualquer preço.
         E a prova de amor a ser dada é pelo partido e pelo poder. Os esquerdistas são idólatras do poder, tomado como fim último. E com esse amor surge uma burocracia submissa e orgulhosa que infelizmente envelhece até o declínio e a morte. E como sofre o esquerdista ao ver seus ídolos amados – e de pés de barro –  morrerem...
         Enquanto vivo, o pai adorado pode fazer praticamente tudo. Não há freio nem peias para o pai terreno. Foi assim com Hitler, Stálin, Mao Tsé, Pol Pot e Fidel – todos genocidas e assassinos em nome de suas respectivas nações e povos.
         Depois que conquistam o poder, os esquerdistas querem permanecer nele para sempre, como uma espécie de paraíso na Terra, cuja fruição torna-se necessária, porque depois não haverá nada.
         Todavia, isso tem um custo axiológico. É preciso justificar aos olhos dos demais homens o motivo. A razão pode ser o Estado-nação vitorioso, o proletariado, os pobres ou qualquer outra superestrutura  que superficialmente valha a pena. No entanto, é tudo um engodo: a causa e o povo são manobras conceituais para conquistar e manter o poder, em nome do pai.
         Na verdade, os comunistas odeiam negros, judeus, pobres e homossexuais, porque esses grupos só servem de palco para as suas cavilações e formulações estratégicas de poder. E sabe-se que os proletários, escopo do oportunismo ditatorial desses regimes, inspirados em Marx e Engels, são considerados pouco amadurecidos e precisam ser dirigidos pelos intelectuais ateus iluminados e utopistas do partido.

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