Sinara é a funcionária de mais alto escalão do banco a perder o emprego por causa da polêmica despertada por uma carta enviada em julho aos clientes de alta renda do Santander.
Como vários outros informes de investimentos, o texto associava a presidente Dilma Rousseff à piora do quadro econômico no país, mas sua repercussão despertou a revolta do PT.
Num encontro com sindicalistas no final de julho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o banco deveria demitir os responsáveis pelo informe.
Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma. Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente... Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim, disse Lula.
Logo em seguida, o banco pediu desculpas pela carta e assegurou que medidas tinham sido tomadas.
EXAME também apurou que ao menos outras duas pessoas foram demitidas: Eduardo Correia, gerente comercial da equipe que fez o relatório, e a analista que escreveu o texto.
O episódio espalhou o medo entre parte dos investidores de classe média. O temor é que, a partir do caso Santander, bancos e corretoras, com receio da reação do governo, passem a censurar suas análises de conjuntura.
"O banco não cerceia as liberdades individuais de seus funcionários e nossas análises técnicas não se submetem a qualquer tipo de pressão externa. Essas pessoas foram demitidas porque quebraram nosso código de conduta, que diz que não podemos nos manifestar sobre tema político-partidário", diz Marcos Madureira, vice-presidente de comunicação e marketing do Santander.
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