sábado, 7 de junho de 2014

TV Globo: antiquada e dominante, mas até quando?




TV Globo: antiquada e dominante, mas até quando?


A empresa mais poderosa do Brasil terá de brigar cada vez mais com o Google para manter sua audiência e seus anunciantes
Nada menos que 91 milhões de brasileiros (quase a metade da população do país) assistem à TV Globo diariamente, uma audiência impressionante que nos Estados Unidos é alcançada apenas uma vez por ano pela emissora que adquire os direitos de transmissão da final do campeonato de futebol americano, o Super Bowl.

O modelo de negócios da Globo é decididamente antiquado, o que não diminui sua influência ou o seu alcance. Seus programas são todos filmados no Projac e seus atores e roteiristas ainda dependem de contratos fixos, assim como os primeiros atores de Hollywood. Costureiros produzem trajes e fantasias sofisticadas no próprio estúdio, e o formato das telenovelas é frequentemente adaptado ao feedback da audiência, sofrendo alterações em tempo real para satisfazer o gosto dos telespectadores.

Para os anunciantes que querem mandar uma mensagem para um público nacional, a Globo ainda é a escolha óbvia. A emissora sabe disso e vem aumentando as tarifas publicitárias que cobra por seu horário nobre em quase 60% desde 2010. Enquanto emissoras em outros países da América Latina vivem verdadeiros dramas para sobreviver, como o argentino Grupo Clarin, atacado pelo governo Kirchner, e a mexicana Televisa, de Carlos Slim, o governo brasileiro é mais dócil com os proprietários da Globo. Não é à toa. A família Marinho, que controla a emissora, tende a se adaptar ao clima politico.

Há duas décadas as pessoas antecipavam que o sucesso inebriante da Globo chegaria ao fim porque os brasileiros passariam a procurar entretenimento em outros lugares, mas até agora a Globo tem resistido, apesar da internet ter decolado no Brasil. Hoje o Brasil tem mais telefones celulares do que pessoas e a penetração da TV por assinatura tem subido gradualmente, alcançando cerca de 28% dos domicílios hoje.

Em abril os brasileiros passaram cerca de 12,5 horas por semana em redes sociais, mais do que o dobro da média global. Pela primeira vez na história da Globo, a emissora está enfrentando uma competição séria por anunciantes e audiência. Cada vez mais , o mercado de publicidade brasile
​ro será uma disputa entre os dois Gs : Globo e Google.

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