quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Gurgel sobre Lula: 'Nada deixará de ser investigado'
Operador do mensalão, Marcos Valério disse que Lula deu aval para empréstimos fraudulentos dentro do esquema do mensalão e que ex-presidente teve gastos pessoais pagos por dinheiro de corrupção
Chefe do Ministério Público Federal (MPF), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta quarta-feira que vai analisar o depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério em setembro deste ano. Ao falar à Procuradoria-Geral da República, o operador do mensalão afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu aval para os empréstimos bancários fraudulentos que irrigaram o esquema do mensalão - e que o próprio petista teve despesas pessoais pagas com recursos da trama criminosa.Tudo sobre o julgamento do mensalão
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Agora eu vou analisar o depoimento e serão tomadas as providências que são cabíveis para a completa investigação de tudo que demande apuração, disse Gurgel na última sessão plenária do ano no Supremo Tribunal Federal (STF).
Vamos ver o que existe no depoimento que possa motivar futuras investigações. Como sempre, nada deixará de ser investigado, afirmou, acrescentando que uma eventual investigação contra o ex-presidente, que não tem mais direito ao foro privilegiado, não compete à procuradoria-geral da República, e sim à primeira instância.
De acordo com o procurador-geral, é preciso analisar em profundidade o depoimento de Valério. Parceiro preferencial do Partido dos Trabalhadores no esquema do mensalão, o publicitário foi condenado a mais de 40 anos de prisão pelo STF por movimentar 153 milhões de reais e participar diretamente do esquema de corrupção e compra de deputados federais.
Desde o início (do julgamento do mensalão), a conduta de Marcos Valério foi de afirmar esse interesse de colaborar com a Justiça, mas não o concretizou com declarações efetivamente importantes para o Ministério Público. Temos agora esse depoimento prestado em setembro e ele será avaliado, informou Gurgel. O chefe do MP disse ainda que é preciso que haja consistência no que for alegado.
Antes da sessão plenária final do STF, Gurgel ainda confirmou que o empresário mineiro apresentou ao Ministério Público dois comprovantes de depósitos. Na versão de Valério, o dinheiro, cerca de 100 000 reais, foi depositado na conta de uma empresa de segurança de Freud Godoy, amigo e segurança de Lula, para depois ser repassado ao ex-presidente. A CPI dos Correios, que investigou o esquema do mensalão, já havia detectado uma dessas transferências bancárias, mas não havia mapeado o beneficiário final do dinheiro.
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