Ao anunciar uma inflação 56,2 por cento ao apagar das luzes de dezembro e de 2013, o governo da Venezuela admitiu que o país tem, agora, a maior taxa de inflação do planeta, mas os economistas advertem que os venezuelanos apenas experimentaram até agora o início da crise econômica gerada pelo socialismo bolivariano em 2013 e que a alta dos preços e a escassez serão ainda muito maiores em 2014, com o país entrando num período de hiperinflação.
Orlando Ochoa, professor de economia da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas, afirmou que a Venezuela teve uma forte queda do crescimento econômico, com mais inflação e desabastecimento por escassez e retração do consumo devido ao empobrecimento generalizado da população, com exceção da reduzida burguesia do politiburo socialista do regime bolivariano que está cada vez mais rica e poderosa. Afirmou também que isso não constitui propriamente uma surpresa e que o fato ocorre com todos os regimes socialistas conhecidos e completou dizendo que o que ocorre no país é apenas a ponta visível do iceberg, e que a guerra civil é uma possibilidade que começa a assomar no horizonte.
Na situação em que se encontra a economia, onde os compromissos no curto e no médio prazo superam significativamente a receita do regime, não há nada que possa ajudar a estabilizar os preços na Venezuela. Há uma forte defasagem cambial e nenhum plano para se estabilizar ou reordenar o mercado cambial, ou tampouco um plano para estabilizar os preços ou para garantir o fornecimento de muitos produtos de primeira necessidade, explicou Ochoa.
O país sulamericano parece ter chegado a um ponto tal de fragilidade econômica com a fuga em massa da ao de obra especializada e dos capitais privados tem tudo para ter um ano de 2014 difícil, especialmente no primeiro semestre.
A pesar do regime de Nicolás Maduro ter finalmente reconhecido oficialmente uma inflação nacional de 56,2 por cento, superando em mais do dobro a registrada em 2012, muitos especialistas e economistas acreditam que mesmo essa taxa de inflação não corresponde à verdadeira, que dizem se situar entre 68 e 70 por cento ao ano.
Mesmo assim, a taxa admitida agora como oficial pelo Palácio Miraflores superou à da existente na Síria atualmente, país do Oriente Médio que se debate com uma sangrenta guerra civil e que tem a inflação mais alta do mundo. A inflação neste país árabe atingiu 50 por cento em novembro último.
Nenhum comentário:
Postar um comentário