sábado, 11 de maio de 2013

A imprensa brasileira







A imprensa brasileira, com medo da regulação e assediada por patrulhas internas e externas, está se tornando uma agente da ditadura do falso consenso: emburrece o debate, sataniza a divergência e lincha pessoas por delito de opinião. Ou: Beijo na boca não pode ser a outra forma do escarro



Se um dia o PT conseguir emplacar o “controle social da mídia” (algum controle virá, fiquem certos; lembro que o projeto defendido pelo partido numa resolução do Diretório Nacional prevê controle de conteúdo), não terá tanto trabalho assim. Restará uma cidadela ou outra a colonizar, a domesticar, a domar, a dominar, a esmagar. O que Hugo Chávez conseguiu na Venezuela por meio da violência está sendo paulatinamente conquistado pelos petistas no Brasil por meio da cooptação e da ocupação das redações por uma forma de militância política que já dispensa a carteirinha de filiação. A fantasmagoria imaginada por Gramsci (que ele achava ser a redenção da humanidade, o tarado!) começa a se materializar. O teórico comunista italiano afirmava que o “Príncipe” moderno não era mais, obviamente, aquele de Maquiavel. O “Moderno Príncipe” era o partido político. E ele sintetizou, então, como seria a sociedade sob o comando dessa força verdadeiramente satânica:
“O Moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele. O Moderno Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume”.

Bingo! É a definição do totalitarismo perfeito. Na sociedade antevista por Gramsci, é impossível pensar fora dos limites do que estabelece, então, esse “Moderno Príncipe”. Desaparecem as noções de crime e de virtude. Esse ente de razão dirá quando cada ato é o quê, de sorte que, sob certas circunstâncias, pode-se tomar o crime por virtude e a virtude por crime. A verdade desse coletivo passa a ser o imperativo categÓRICO



reinaldo azevedo

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