terça-feira, 5 de agosto de 2014

A ação para intimidar Tuma Jr.: querem transformar a testemunha em investigado?


A Polícia Federal tentou conduzir coercitivamente o delegado Romeu Tuma Jr., ex-secretário nacional de Justiça, à sede de sua Superintendência , em São Paulo, para prestar esclarecimentos sobre o livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, publicado pela Editora Topbooks. Ele resistiu à intimidação e compareceu um pouco mais tarde ao local. Na obra, Tuma Jr. assegura que o “estado policial petista” não é uma invenção de paranoicos. Segundo informa Tuma, esse esquema reúne as características de todas as máquinas de perseguição e difamação do gênero: o grupo que está no poder se apropria dos aparelhos institucionais de investigação de crimes e de repressão ao malfeito — que, nas democracias, estão submetidos aos limites da lei — e os coloca a seu próprio serviço.

Queriam, na prática, deter Tuma Jr., ainda que por algum tempo, por quê? Havia ou há algum inquérito em curso? Não. Vamos ficar atentos. O Brasil é uma democracia — ainda é ao menos. As pessoas não podem ser demitidas de um banco, por exemplo, porque fazem uma avaliação técnica crítica ao governo. O partido oficial não pode fazer listas negras de jornalistas porque não gosta de sua opinião, e o Estado não pode sair por aí detendo pessoas em processos de investigação muito pouco transparentes.

Sim, o livro de Tuma Jr. denuncia a ação do PT em algumas operações escabrosas, a saber:

1: manipulação da investigação para envolver o governo de São Paulo e o PSDB no caso do cartel de trens em São Paulo;

2: elaboração de um falso dossiê para incriminar o governador tucano Marconi Perillo, de Goiás;

3: elaboração de um falso dossiê para incriminar o também tucano Tasso Jereissati, com pressão explícita de Aloizio Mercadante;

4: armação para manchar a reputação de Ruth Cardoso, mulher do ex-presidente FHC;

5: o assassinato do petista Celso Daniel, prefeito de Santo André;

6: operação para grampear todos os ministros do STF – o que ele diz ter acontecido;

7: tentativa de eliminar os rastros de uma conta do mensalão nas Ilhas Cayman.


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