Da VERGONHA de RUI BARBOSA :
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra, de
tanto ver crescer a injustiça, de tanto
ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser honesto
... Essa foi a obra da República nos
últimos anos.
No outro regime (Monarquia) o
homem que tinha certa nódoa em
sua vida era um homem perdido
para todo o sempre - as carreiras
políticas lhes estavam fechadas.
Havia uma sentinela vigilante, de
cuja severidade todos se temiam a
Da Redação que, acesa no alto, guardava a
redondeza, como um farol que não
se apaga, em proveito da honra, da
justiça e da moralidade gerais.
Na República os tarados são os
tarudos. Na República todos os
grupos se alhearam do movimento
dos partidos, da ação dos
Governos, da prática das
instituições. Contentamo-nos,
hoje, com as fórmulas e aparência,
porque estas mesmo vão se
dissipando pouco a pouco, delas
quase nada nos restando. Apenas
temos os nomes, apenas temos a
reminiscência, apenas temos a
fantasmagoria de uma coisa que
existiu, de uma coisa que se deseja
ver reerguida, mas que, na
realidade, se foi inteiramente.
E nessa destruição geral de nossas
instituições, a maior de todas as
ruínas, Senhores, é a ruína da
justiça, colaborada pela ação dos
homens públicos, pelo interesse
dos nossos partidos, pela
influência constante dos nossos
Governos. E nesse esboroamento
da justiça, a mais grave de todas as
ruínas é a falta de penalidade aos
criminosos confessos, é a falta de
punição quando se aponta um
crime que envolve um nome
poderoso, apontado, indicado, que
todos conhecem ..." (Ruy Barbosa – In Discursos Parlamentares - Obras Completas, Vol. XLI - 1914 - TOMO III - pág. 86/87)
ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser honesto
... Essa foi a obra da República nos
últimos anos.
No outro regime (Monarquia) o
homem que tinha certa nódoa em
sua vida era um homem perdido
para todo o sempre - as carreiras
políticas lhes estavam fechadas.
Havia uma sentinela vigilante, de
cuja severidade todos se temiam a
Da Redação que, acesa no alto, guardava a
redondeza, como um farol que não
se apaga, em proveito da honra, da
justiça e da moralidade gerais.
Na República os tarados são os
tarudos. Na República todos os
grupos se alhearam do movimento
dos partidos, da ação dos
Governos, da prática das
instituições. Contentamo-nos,
hoje, com as fórmulas e aparência,
porque estas mesmo vão se
dissipando pouco a pouco, delas
quase nada nos restando. Apenas
temos os nomes, apenas temos a
reminiscência, apenas temos a
fantasmagoria de uma coisa que
existiu, de uma coisa que se deseja
ver reerguida, mas que, na
realidade, se foi inteiramente.
E nessa destruição geral de nossas
instituições, a maior de todas as
ruínas, Senhores, é a ruína da
justiça, colaborada pela ação dos
homens públicos, pelo interesse
dos nossos partidos, pela
influência constante dos nossos
Governos. E nesse esboroamento
da justiça, a mais grave de todas as
ruínas é a falta de penalidade aos
criminosos confessos, é a falta de
punição quando se aponta um
crime que envolve um nome
poderoso, apontado, indicado, que
todos conhecem ..." (Ruy Barbosa – In Discursos Parlamentares - Obras Completas, Vol. XLI - 1914 - TOMO III - pág. 86/87)
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