A corrupta assumida e boquirrota secretária- chefe de gabinete da Prefeitura petista de Cacoal, Maria Ivani Araújo, que está presa desde a manhã desta sexta-feira, aparece em várias gravações dando aulas de roubalheira na administração pública. Esses ensinamentos, no entanto, não serviram para livrá-la da prisão.
Em vários trechos da gravação, Ivani se gaba de não ser
"besta", de não ser "idiota", de "não deixar
pistas" e de "não ter nascido ontem". "Não sou doida, não
deixo rastro", afirma.
Toda poderosa na administração pública de Cacoal, onde
mandava e desmandava com o apoio do prefeito Padre Franco Vealetto (PT),
suspeito de fazer parte do esquema, Ivani aparece numa gravação afirmando que
não deixa dinheiro na sua conta bancária, que está sempre no vermelho, para
evitar futura penhora judicial caso a roubalheira na Prefeitura petista fosse
descoberta.
A Poderosa do Padre também fala de uma caminhonete de luxo,
que comprou financiada, “para não dar na vista”. No negócio, admite Ivani,
foram usadas várias pessoas, inclusive uma que ela classifica como “idiota”. Na
transação para a aquisição do veículo (que “poderia ser comprado à vista, mas
eu não sou besta, não deixo pistas”), a assessora do Padre Franco diz que até o
pai foi usado como laranja.
Maria Ivani confessa também que todos os meses um empresário
de Porto Velho, que ela chama de Gigi, vai a Cacoal entregar a ela dinheiro de
corrupção.
Para mostrar-se uma expert em ocultar dinheiro roubado dos
cofres públicos, a Poderosa do Padre diz não ser de ostentação, por isso deixa
atrasar a faculdade do filho em até seis meses para que todos pensem que ela
não tem dinheiro. “Agora, se depois deste mandato eu quiser comprar uma fazenda
lá em Goiás, isso é outra história”, afirma, dando gargalhadas.
Presa na sexta junto com vereadores que também faziam parte
da organização criminosa instalada na administração petista em Cacoal, com
ramificações na Câmara, Ivani, inconscientemente, ajudou a batizar a operação
que resultou na sua prisão.
Numa conversa gravada pela polícia com autorização judicial,
a Poderosa do Padre mostra um profundo desprezo pela população de Cacoal, em
particular, e pelo povo, de modo geral. Sobre este último, ela diz tratar-se de
“mero detalhe”. Por isso a operação policial que a prendeu foi batizada de
Detalhe.
Ouça o áudio:
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