sábado, 19 de outubro de 2013

Falsos médicos pagaram R$ 20 mil em diplomas para participar do "Mais Médicos"




Parte dos 41 envolvidos no esquema de falsificação de diplomas médicos, desmantelado pela Polícia Federal, buscava na Justiça o direito de ingressar no programa “Mais Médicos”, criado pelo Governo Federal. A informação foi repassada nesta sexta-feira (18), quando a PF deflagrou a operação “Esculápio”, pelo delegado Guilherme Torres, responsável pelas investigações em Mato Grosso.

Os supostos médicos, adquiriam, a um custo médio de R$ 20 mil, certificados de conclusão de curso de um operador do esquema, ainda não identificado. Os diplomas pertenciam a 3 instituições bolivianas. “As universidades não estão envolvidas, até porque confirmaram que estes 41 nunca concluíram o curso. Mas pode ser que este operador seja funcionário destas instituições, uma vez que o documento é muito parecido com o original”.

Com os documentos falsos, os supostos médicos ingressavam com pedido de revalidação do diploma, feito por meio de prova, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). “Ao checarem com as universidades bolivianas, os técnicos da UFMT descobriram que os documentos eram falsos e denunciaram o caso para nós”.

Desde agosto, agntes do serviço de Inteligência da PF fizeram um cruzamento de dados e identificaram convergências nos procedimentos adotados pelos suspeitos, pessoas dos Estados de Mato Grosso, Alagoas, Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Rio Grande do Sul.

Torres ressalta que destes 41, pelo menos 1 sequer chegou a cursar Medicina. “Os outros estudaram 1, 2, 3 anos, mas não chegaram a concluir o curso”. O grupo chegou a fazer a prova, sob o monitoramento da PF que aprofundava a investigação, e acabou reprovado. Agentes da PF estiveram nas residências dos envolvidos e chegaram a ouvir alguns deles . Aqueles que não foram encontrados foram intimados e irão depor sobre o assunto.

O delegado destaca que todos deverão ser indiciados por uso de documento ideologicamente falso, que prevê pena de 1 a 5 anos de reclusão. “Com os depoimentos pretendemos chegar até este operador do esquema, ainda não identificado”. Dos mandados, 3 foram cumpridos em Mato Grosso, sendo 2 em Cuiabá e um em Tangará da Serra (239 km a médio-norte da Capital).




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