Faz 50 anos. Diante da movimentação das Ligas Camponesas, do desafio à hierarquia militar, de anúncios de gente ligada ao Governo sobre reformas na lei ou na marra, o governador paulista Adhemar de Barros advertiu: Vai chover. Choveu. A chuva inundou o Brasil por 21 anos, e tem consequências até hoje.
Dilma Rousseff teve de chamar o Exército para garantir o leilão do campo petrolífero de Libra, no pré-sal, marcado para esta segunda. Os petroleiros decidiram entrar em greve contra o leilão, acusando as elites brasileiras de vender o país aos estrangeiros ─ de novo, a ligação entre o que chamam de A Zelite e U Zianque. Este leilão é defendido por um especialista no ramo, Haroldo Lima, líder histórico do Partido Comunista do Brasil, que pode ser tudo menos amigo du Zianque. Aliás, muitas das grandes empresas petrolíferas ocidentais preferiram ficar fora; mas as grandes estatais petrolíferas chinesas estão na disputa. Sejam suas alegações falsas ou não, a greve dos petroleiros é explosiva: pode parar o país ─ como, em 1973, a greve dos caminhoneiros parou o Chile. E deu no que deu.
Um Governo que, para cumprir sua decisão, precisa chamar o Exército, mostra que não se sente forte. Instituições que não conseguem impedir o MST e o MTST, as Ligas Camponesas de hoje, de invadir prédios do Governo e ocupar áreas privadas, nem se sentem em condições de enfrentar mascarados que usam porretes, marretas, estilingues e pedras, mostram fragilidade. Exército e Polícias estão descontentes com verbas e salários.
O clima é instável, sujeito a chuvas.
Pequim é aqui
O Windsor Barra Hotel, um dos mais luxuosos do Rio, com 338 apartamentos de frente para o mar, está inteiramente tomado por chineses. Por coincidência, este é o hotel em que será realizado o leilão do campo petrolífero de Libra.
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