Ao visitar no leito de morte o senador Romeu Tuma no dia 25 de setembro de 2010, o então presidente Lula da Silva deu de cara com Tuma Júnior, o ex-secretário nacional de Justiça do seu governo, a quem pouco antes ajudou a derrubar, fazendo vazar pela Polícia Federal uma série de grampos selecionados.
. Tuma Júnior, que antes de ser nomeado secretário nacional da Justiça, já tinha sido deputado estadual e deputado federal, conta no seu livro Assassinato de Reputações, que some das livrarias na mesma hora em que desembarca nelas, o tipo de conversa que teve com o presidente na porta da UTI do Hospital Sírio-Libanês, no 2o andar do bloco C, ala 1:
- Oi, Tuminha, tudo bem
- O senhor sabe que ele está aqui porque o senhor não teve na democracia a coragem que ele teve na ditadura
- O que é isso, Tuma
- É isso, presidente. A sua covardia fez com meu pai exatamente o contrário do que a coragem dele fez com sua mãe há 30 anos. Ele se preocupou em preservar a saúde dela, enquanto senhor ajudou a acabar com a dele (...) Espero que ele fique bom para o que o senhor possa olhar nos olhos dele em pé, porque deitado não vai olhar não.
. Lula não respondeu. Virou as costas e foi embora. "Lula saiu no sapatinho, como se estivesse vazando dali da mesma forma que uma prova vaza sob o Enem do seu governo", escreve Tuma Júnior no seu livro, para completar:
- Ele veio ter comigo da forma petista: a facada ardida pelas costas, vazada como a conta-gotas pelass mãos de lugares-tenentges e demais teleguiados aparatados de dossiês.
. Em outro trecho, o livro registra, na página 37:
- A íntima covardia do boquirroto, que já identificara, se confirmava.
. O velho Romeu Tuma, senador por São Paulo, viveu ainda alguns dias, pelo menos o tempo suficiente para receber a notícia de que as acusações vazadas por Lula contra seu filho tinham sido arquivadas na Comissão de Ética do governo. Nada foi adiante contra Tuma Júnior. Tumão morreu no dia 26 de outubro de 2010, as 12h45min. Lula não foi ao enterro.
. Tuma Júnior não estava magoado apenas porque foi defenestrado pelo governo em meio a vazamentos seletivos feitos pela Polícia Federal a mando de Lula e do PT, mas porque o presidente desrespeitou a figura do seu pai, Tumão, que o recrutou na década de 70 para ser alcagüete e aprendiz do Dops, um dos gansos do então delegado do Dops em São Paulo, para quem informava tudo sobre o que acontecia no movimento sindical e no seu projeto de criação do PT, sempre com a cobertura dos seus beneficiados, os dirigentes do Dops e os militares ligados ao general Gobery do Couto e Silva.
domingo, 29 de dezembro de 2013
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