quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O JOGO SUJO DO PT



Escrevi aqui, não? Seriam os 15 dias mais sujos e brutais da política brasileira depois da redemocratização. E sejamos claro: intimidação dessa natureza, com essas características, não houve, é claro, durante o regime militar ou os governos democráticos que o antecederam. Agora, isso que se chama “esquerda” está no poder. Os soldados “armados, amados ou não” da hora, para ficar naquela imagem bisonha de Geraldo Vandré, usam camiseta e porrete do PT. E a ordem para caçar os adversários parte, na prática, de Brasília. Os soldados, todos sabiam, eram temporários, passariam. Estes se pretendem permanentes porque se querem uma evolução do processo político. Mas também passarão. Agora ou depois.

É Lula quem estimula esse espírito quando classifica o postulante da oposição de “candidato da turma do contra”. Quando um presidente da República assim se refere a uma parcela dos brasileiros que governa tanto quanto governa os aliados — tendo, pois, o dever constitucional de protegê-los, segundo o que vai na Constituição —, está açulando a horda. É Lula quem, na prática, prega a eliminação do outro — e Serra teria sido espancado ali sabe-se lá até que extremos se não tivesse sido protegido — quando transforma o governo que o antecedeu em fonte de todos os males do Brasil, o que sabemos ser uma mentira asquerosa. É Lula quem, de fato, nega dignidade a seu adversário quando lhe atribui intenções que sabe inexistentes.




O PT se esforça — e ouso dizer que consegue — para ser a própria encarnação do Mal, cuja essência consiste em subverter a verdade. Se a sua turma é flagrada, como foi, em Brasília, fraudando a Constituição e quebrando o sigilo fiscal de adversários, logo declaram que a culpa é da vítima. No caso das agressões sofridas por Serra, no Rio, não foi diferente: nota do PT atribuiu a pessoas ligadas ao PSDB o início dos confrontos. Os petistas foram lá cercar os adversários, tentando impedi-los de transitar livremente pelas ruas, mas, asseguram, quem iniciou o confronto foram aqueles que estavam tendo seus direitos subtraídos. Eis o PT: a vítima é culpada de tentar resistir à agressão do seu algoz.

É esse novo poder que aquele bando de chupins, disfarçados de intelectuais e artistas — muitos deles engodados com o leite de pata das verbas oficiais e das renúncias fiscais, no chiqueiro moral em que se transformou parte da chamada “produção cultural brasileira — foi saudar naquele encontro no Rio. Se eu pudesse escolher dois símbolos da turma, seriam o cartunista Ziraldo, aquele que não teve vergonha de pedir indenização por ter ficado milionário durante a ditadura, e Fernando Morais, cuja sordidez moral é assumida: ele se diz “fidelista e chavista” — já foi quercista, é bom deixar claro… Por fidelista, isso significa que 100 mil cadáveres a mais ou a menos não fazem diferença para ele. Por chavista, quer dizer que a de

Vocês identificaram ali José Dirceu. Não fosse pelo sotaque, teria sido pelo caráter. Transcrevo a sua fala:
E nós vamos dar a eles esta reposta: mais e mais mobilização, mais e mais greve, mais e mais movimento de rua, e vamos derrotar eles nas urnas também porque eles têm de apanhar nas ruas e nas urnas”.

O ex-ministro e atual assessor de Dilma Rousseff fez esse discurso em 2000, durante uma assembléia de professores em greve. O sindicato era presidido por Bebel — sim, aquela da greve eleitoreira deste ano, que foi até multada pelo TSE. Dias depois, em 1º de junho daquele ano, seguindo as ordens do chefão, os trogloditas agrediram covardemente o governador Mário Covas, agressão física mesmo, como vocês vêem acima! Já bastante debilitado pelo câncer — morreu nove meses depois —, ele chegou a ter um ponto de sangramento no lábio e outro na cabeça.

É assim que eles fazem política: atropelando as leis nas ruas e nos palácios. Mas passarão. Agora ou depois. Desde já, é preciso libertar a história, que eles também seqüestraram

Vocês identificaram ali José Dirceu. Não fosse pelo sotaque, teria sido pelo caráter. Transcrevo a sua fala:
“E nós vamos dar a eles esta reposta: mais e mais mobilização, mais e mais greve, mais e mais movimento de rua, e vamos derrotar eles nas urnas também porque eles têm de apanhar nas ruas e nas urnas”.

O ex-ministro e atual assessor de Dilma Rousseff fez esse discurso em 2000, durante uma assembléia de professores em greve. O sindicato era presidido por Bebel — sim, aquela da greve eleitoreira deste ano, que foi até multada pelo TSE. Dias depois, em 1º de junho daquele ano, seguindo as ordens do chefão, os trogloditas agrediram covardemente o governador Mário Covas, agressão física mesmo, como vocês vêem acima! Já bastante debilitado pelo câncer — morreu nove meses depois —, ele chegou a ter um ponto de sangramento no lábio e outro na cabeça.

É assim que eles fazem política: atropelando as leis nas ruas e nos palácios. Mas passarão. Agora ou depois. Desde já, é preciso libertar a história, que eles também seqüestraram

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