Só quem conhece a história da TV brasileira recorda deste programa de sucesso de 1955, na época da eleição que levou Juscelino Kubitschek ao poder. No hotel se hospedavam os personagens da campanha. Lá circulava não muito discretamente um objeto misterioso que convencia os políticos a mudar de opinião.
Pois agora, a um ano da eleição, 58 anos depois, outro hotel entra em cena. O ex-ministro José Dirceu pediu ao Supremo que o autorize,como presidiário em regime semiaberto, a trabalhar durante o dia na gerência do Hotel St. Peter, em Brasília. José Dirceu, trabalhando em hotel, sem qualquer experiência no ramo?
Depende do ramo. O proprietário do Hotel St. Peter é Paulo Abreu, empresário de comunicações, de tradicional família de políticos (como os ex-deputados Dorival de Abreu e José de Abreu). É dele a Rede Mundial, que engloba uma série de emissoras de rádio em São Paulo, Supertupi AM e FM, Kiss FM, Scalla FM, Apollo FM, Terra AM e FM, Atual, com ótima audiência. Mas seu sonho é maior: ressuscitar a TV Excelsior, que já foi a maior rede do país sob o comando de Mário Wallace Simonsen, e destruída pelo regime militar. Paulo Abreu, ao longo dos anos, obteve os direitos da TV Excelsior; e não encontra resistência no Ministério das Comunicações. Só falta um decreto presidencial, que elimine eventuais pendências da velha Excelsior com o Governo Federal e lhe deixe o caminho livre.
Como dizia José Dirceu, quando ele dava um telefonema era um telefonema! Prestar-lhe um favor, tê-lo ao lado todos os dias ─ que mal faz?
Uma terra só deles
Há 9 horas
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