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Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) recebeu mais de R$ 500 milhões do próprio governo Dilma
BRASÍLIA, RECIFE E RIO — A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), entidade que levou na terça-feira a Petrolina (PE) 99 ônibus com pessoas dispostas a participar do comício da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, recebeu R$ 587,3 milhões do governo federal nos últimos quatro anos. Só em 2014, os repasses feitos à ASA chegaram a R$ 172,8 milhões. As informações estão disponíveis no Portal da Transparência da Presidência da República.
O dinheiro diz respeito a convênios firmados com a entidade pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A ASA executa programas de construção de cisternas e irrigação no semiárido da região Nordeste do país e do norte de Minas Gerais. O programa de cisternas foi lançado em 2003, no primeiro ano do governo Lula, e já resultou na construção de 552 mil reservatórios que captam água de chuva. Seu trabalho tem sido considerado de grande importância diante da seca.
A soma dos repasses federais à ASA durante o governo Dilma, um total de R$ 587,3 milhões, corresponde ao valor nominal, isto é, sem correção inflacionária. Segundo o Portal da Transparência, foram transferidos R$ 93,1 milhões em 2011; R$ 144,3 milhões em 2012; R$ 177 milhões em 2013; e R$ 172,8 milhões em 2014. Ainda segundo o portal, a ASA recebeu R$ 95,5 milhões do governo federal em 2010, no último ano do governo Lula, também em valor sem correção pela inflação.
O comício de Dilma em Petrolina reuniu cerca de 30 mil pessoas na terça-feira. Os 99 ônibus custeados pela ASA têm capacidade para transportar cerca de 4 mil pessoas e foram usados para levar caravanas de diferentes estados do Nordeste, além de Minas Gerais. Durante as campanhas eleitorais, quaisquer colaborações, sejam elas financeiras ou não, precisam ser declaradas à Justiça Eleitoral. No entanto, a legislação veda a contribuição de sindicatos e organizações, como a ASA, às campanhas.
A Lei das Eleições (9.504/97) afirma, em seu artigo 24, que “é vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de: (...) entidade de classe ou sindical; organizações não-governamentais que recebam recursos públicos; organizações da sociedade civil de interesse público”. A ASA se insere na última categoria, segundo sua assessoria.
Ontem, advogados do PSDB estudavam a possibilidade de entrar com uma ação por conta da atuação da ASA em Petrolina.
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