quinta-feira, 23 de outubro de 2014

CARTA ABERTA A CHICO BUARQUE, DO SEU VIZINHO




CARTA ABERTA A CHICO BUARQUE, DO SEU VIZINHO

Chico,
Confesso que fiquei chocado ao vê-lo desfilar na passarela da Dilma, cantarolando como se estivesse a defender uma causa justa, honesta e patriótica.
Logo você, Chico, que ganhou anto dinheiro encantando a juventude na década de 70, com pérolas em prosa e verso sobre liberdade e moralidade. Percebo que aquilo que você chamava de ditadura, era na verdade, o grande negócio da sua vida. Afinal, você estava à toa na vida.
Você deveria agradecer aos militares por tudo o que te fizeram, porque poucos, muito poucos, ganharam tanto dinheiro vendendo ilusões em forma de musica e poesia como você.
Estou agora fazendo essa regressão, após vê-lo claudicante como A Mulher de Aníbal no palanque do Lula e da Dilma. Claro que deu para perceber seu constrangimento, a sua voz trêmula e pusilânime, certamente sendo acusado pela sua consciência de que estava naquele momento avalizando, endossando todas as condutas deste governo trêfego e corrupto.
Nunca jamais imaginei, Chico que você pudesse se prestar a isso algum dia. Mas é possivel antever que apesar de todos vocês, amanhã, há de ser outro dia. Quando chegar o momento, esse nosso sofrimento, vamos cobrar com juros. Juro!!!. Você, como avalista, vai acabar tendo que pagar dobrado cada lágrima rolada.
Você vai se amargar, Chico, e esse dia há de vir antes do que você pensa.
Não sei como você vai se explicar vendo o céu clarear, de repente, impunemente.
Não sei como você vai abafar o nosso coro a cantar, na sua frente. Apesar de vocês, Chico, amanhã há de ser outro dia. Estamos sofrendo por ter que beber essa bebida amarga, dura de tragar. Temos pedido ao Pai que afaste esse cálice, mas quando vemos você, logo você, brindando e festejando com todos eles, só nos resta ficar cantando coisas de amor e olhando essa banda passar.
E pedir que passe logo porque apesar de vocês, amanhã há de ser outro dia. Estamos todos, cada qual no seu canto, e em cada canto há uma dor, por conta daquela cachaça de graça que a gente tem de engolir(lembra?) ou a fumaça e a desgraça que a gente tem que tossir.
Só espero, Chico, que as músicas que você venha a compor em parceria com os seus amigos prosélitos de palanque não falem mais de amor, liberdade, moralidade e ética - essas coisas que você embutia disfarçadamente nas suas letras, agora mortas de tristeza e dor.
Não fale mais disso - não ficará bem no seu figurino agora desnudo..
Componha, iluda, dance e se alegre com todos eles, ganhe lá o seu dinheiro e entre na roda e coloque tudo na cueca - ou onde preferir - mas não iluda mais os nossos jovens com suas musicas, simbolizadas hoje apenas na sua gloriosa A Volta do Malandro. assinado - O seu vizinho do lado...

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