domingo, 21 de agosto de 2011



Vivemos o que pode ser o início de uma faxina ética. Ainda não sabemos se prosseguirá, nem quais as consequencias.

Havia, de longa data, o loteamento político dos ministérios, que, em nome da governabilidade propiciava um altíssimo grau de corrupção. É difícil achar um órgão, nas três esferas de administração, capaz de passar incólume por uma devassa.

Talvez o ponto mais alto dos conchavos tenha sido em 2010, para a adesão à eleição de Dilma, aliás desnecessário pois era evidente que o País recusava o programa entreguista do Serra/FHC. O inesperado pela costurada aliança é que a nova presidente se mostrasse menos dócil às maracutaias.

A “base” está revoltada porque o modelo combinado não comportava a ingerência do poder central nos feudos dominados por partidos. Afinal, era o acordo, dizem sem qualquer constrangimento. Estão com saudade de Lula. Querem retomar a tradição. Consideram que roubar dinheiro público é uma paga natural pelo apoio.

O PR já se afastou do governo; 40 deputados e sete senadores farão falta para aprovar qualquer projeto. Se forem só estes ainda não será decisivo, mas a simples ameaça aos demais corruptos pode ser suficiente para desencadear uma rebelião, e até um impeachment.

É verdade que muitos parlamentares da Base estarão mais interessados no País do que no partido, como certamente também acontecerá com parlamentares da oposição, mas o quadro é incerto. Certo apenas será a adesão popular às medidas moralizadoras, caso prossigam.

Talvez isto force a Dilma a “legislar” por plebiscitos. Aí certamente cortaríamos o custo do Congresso; das câmaras estaduais e de vereadores; reformularíamos a Funai, o Ibama, as ONGs e outras entidades que infelicitam o nosso País. Seria furiosa a oposição dos políticos, mas isto se chamaria “Democracia Direta”.


CEL GELIO FREGAPANI

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