domingo, 16 de setembro de 2012

Por que uma campanha antitabagista tão virulenta e um “oba-oba” com relação às drogas em nível mundial? Incoerência global ou movimento calculado?




RODRIGO SIAS



Sempre detestei a fumaça de cigarro, talvez por ter sido asmático quando criança. Por isso, comemorei a lei anti-fumo em lugares fechados.

Hoje, no entanto, vejo que a batalha contra o tabagismo foi longe demais: tornou-se uma campanha alarmista, moralista e mentirosa.
Por que o Estado me obriga a ver imagens terríveis de pessoas agonizando ou de fetos mal formados cada vez que eu, um não-fumante, entro em uma banca de jornal? Como afirmar em propagandas oficiais espalhadas em cartazes de aeroporto que o cigarro mata mais que as guerras?
A insanidade da coisa é tanta que enquanto o STF libera a “marcha da maconha”, clara apologia ao crime, a ANVISA quer acabar com a indústria do tabaco, que gera milhares de empregos. E lamentavelmente, o Brasil não é exceção. Ao contrário, seguimos totalmente a tendência mundial.

Os possíveis malefícios do cigarro já são mais do que notórios e públicos. O Estado acha que uma pessoa com 16 anos já pode votar e com 18 anos já alcança a maioridade penal e está apta a dirigir um carro. Por que, então, com a mesma idade, ela não teria capacidade de escolher se fuma ou não?

O tabaco é a “droga” mais inofensiva para a sociedade porque não altera o livre arbítrio de quem a consome, ao contrário de outras substâncias, entre elas, o próprio álcool. E, por isso, deve ser tolerado.
O Estado, só deve interferir na decisão individual quando um individuo desrespeita a liberdade alheia.
Em um lugar fechado, me parece adequado haver restrições ao fumo. Mas e dentro do próprio carro? Sim, há leis que querem proibir um fumante acender um cigarro dentro de seu próprio veículo. Em Nova York, já é proibido fumar na calçada.


Em uma sociedade livre, cada indivíduo possui o livre-arbítrio para escolher se “viciar” no que quiser, mesmo que isso não seja saudável, desde que permitido pela legislação em vigor.


Será que vão proibir que se frequente a praia sem protetor solar? Vão fiscalizar se as pessoas lavam a mão antes de comer? Será que vão proibir a batata frita? Bem, em Nova York já se gasta dinheiro alertando os consumidores dos “males” da batata frita. A proibição parece uma questão de tempo. Parece absurdo?

A história ensina que o “Estado babá”, quanto mais se fortalece, se transforma no “Estado totalitário”.

E todos os Estados totalitários que já tivemos notícia “cuidaram” da saúde de sua população, baseando-se na crença de que o cidadão “pertence” ao Estado.
A convicção autoritária sobre o cidadão encontra eco desde a cidade-estado grega Esparta, mas dois personagens do século XX ilustram bem essa lição.

Sir Winston Churchill, o grande estadista britânico, era conhecido por ser um fumante compulsivo, em especial, de charutos cubanos.
Quando Hitler se vangloriou de não beber e não fumar tornando o povo alemão mais “saudável” com seu exemplo, o líder britânico replicou: "Fumo e bebo sem moderação. Em compensação, durmo tranquilo todas noites com a minha consciência."

Em sua última estadia em Cuba, no ano de 1946, o ainda primeiro-ministro da Grã-Bretanha visitou a fábrica Romeo y Julieta que, após o fato, deu o nome de seus charutos longos de "Churchill". Era uma homenagem para aquele que se tornou um excepcional “garoto-propaganda” da marca cubana.

Churchill viveu “apenas” 90 anos - dos quais 65 anos como fumante-, o suficiente para ganhar o prêmio Nobel de Literatura e liderar o mundo livre contra o regime nazista, que proibia o fumo, mas que prescrevia morfina, anfetaminas e cocaína para que seus soldados lutassem melhor.

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