quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PSICOPATIA IDEOLÓGICA





Senhores: tentarei aqui, a propósito do tema, refletir sobre algo que chamaria de “PSICOPATIA IDEOLÓGICA”.


 A Psicopatia define um fenômeno pouco controverso, uma patologia mental bem reconhecida e identificada pela ausência de freios morais e desumanidade da parte do sujeito dito “psicopata”. O ponto central dessa patologia é uma “deficiência afetiva”, uma ausência de capacidade amorosa que afasta a pessoa da condição humana e da possibilidade de ter empatia, isto é, poder se colocar no lugar do outro. Para um psicopata não há diferença entre chupar uma laranja e jogar o bagaço, de matar uma pessoa para tirar-lhe um bem qualquer. A crueldade não seria, necessariamente, um objetivo em si mesmo, mas um instrumento, um meio que, por comodidade, pode até ser evitado. A chamada “Perversão” melhor explicaria aqueles quadros em que a ruína e sofrimento alheios parecem ser o fim principal da ação “perversa”. Um bom exemplo seria o Mal. francês, braço direito de Joana D’Árc, em cujo castelo foram encontrados centenas de esqueletos de crianças, cerrados e guardados em gavetas. Como um tipo de Zumbi, a alma destes personagens parece alimentar-se da dor e do último alento de sua vítima. Não buscam lucros materiais em suas ações, até pelo contrário, podem ter gastos, perda de tempo.



Mas, voltando à Psicopatia, ela é “pão, pão, queijo, queijo, se não tiver tu, vai tu mesmo”. A desumanidade é um seu instrumento, apenas, e o seu agente não vivencia suas ações e práticas como maldade. Geralmente não tem “cara de bandido”. Lembram-se das fotos daquele médico Hosmani, sua expressão facial angélica?



Mas eu quero chegar leitor, é naquele em que, pessoas capazes de amorosidade, respeito humano, a partir de determinadas condições, crenças ou ideologias, praticam ações que seriam próprias do psicopata, do perverso. A guerra, talvez seja um exemplo em que uma pessoa normal, sem ser tomada de um surto psicótico ou crise epilética poderia matar dezenas de pessoas. A crença dos Tupinambás os autorizava a praticar o festim canibalístico e não conheço nenhuma teoria que aponte esse povo como psicótico ou psicopático. Mas tanto nosso “pracinha” quanto o guerreiro ou a velha tupinambá, cada um dentro de sua cultura, num dado momento, “desligam” sua humanidade, sua empatia e eliminam o inimigo.

Como seria então esse ligar e desligar de um advogado que defende e absolve um criminoso que , pelas crenças desse advogado, deveria pagar por seus crimes? Ou dos torturadores que matam um prisioneiro, sei lá se por descuido, e o dependuram nas grades de uma cela, para simular suicídio?



Penso aqui, ainda, num Ministro da Justiça, cheio de pose e candidato a membro do STF de sua República, e que, quando Dep. Federal, foi autor da Lei que daria,deve ter imaginado, condição e impunidade para que os mensaleiros ativos e passivos metessem a mão nos recursos da “Viúva”, no episódio do “Visanet”? Ou de um grande líder político, ex-presidente, que ousa dar prensa e, sutilmente, ameaçar “não dar cobertura” a um membro do STF, quando o assunto de uma viagem à Suíça viesse à baila? E o Brigadeiro que deu ordens ao Parasar, para que se preparasse para jogar subversivos ao mar, coisa que talvez tivesse ocorrido, se o Capitão comandante do Parasar não tivesse denunciado o caso à Imprensa? Seria um psicótico? Um perverso? Um amalucado paranóide, tomado de alguma ideologia e em cruzada contra outra?



Mas onde quero chegar? É entender e dar vasa à minha perplexidade com a mais absoluta cara de pau, cinismo, daqueles que praticaram e outros que dão cobertura a essa vergonha do mensalão. Mas é algo próprio dessa igrejola. Lembro-me de qundo hove uma depredação numa fazenda, onde milhares de pés de laranja foram destruídos,e a prática filmada, do líder gritando com indignação: “Foi armação! Foi armação”! Ou seja, o errado foi a filmagem e a sua divulgação!



Quero crer que o entendimento desse fenômeno, nos dias atuais, passa pelas visões e ideologias totalitárias, que podem ser “divinas” ou materialistas, mas redentoras. Em nome de deus ou da raça, da história, contra o pecado, a contaminação racial ou a propriedade privada, ou até o comunismo... Fato é que o crente se transforma num semi-deus, acima do bem e do mal, da verdade e da mentira, da vida e da morte. Nada o detém. Vate retro, SatanaS!


valfrido chaves



comentário

Sem nenhuma objeção ao diagnóstico apresentado pelo VALFRIDO, agrego a memória de quem viveu e sobreviveu ao experimento sociopatológico criminoso, conhecido como comunismo que ainda hoje os apoiadores de então ('intelectuais orgânicos' e militantes) negam tenha existido:

"A ideologia! Ela fornece a desejada justificação para a maldade, para a firmeza necessária e constante do malfeitor. Ela constitui a teoria social que o ajuda, perante si mesmo e perante os outros, a desculpar os seus atos e não escutar censuras ou maldições, mas sim elogios e testemunhos de respeito". - Alexandre Soljenítsen, in Arquipélago Gulag (1918-1956). São Paulo: Círculo do Livro S.A. p. 176.


RIVADAVIA ROSA

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