domingo, 20 de janeiro de 2013

Sem Chávez, como ficam os negócios bilionários do Brasil na Venezuela?



Portfólio de obras de empresas brasileiras a US$ 20 bilhões nos 17 anos do governo Chávez

BBC | 17/01/2013 18:16:34

Envolto em atritos com a Colômbia e disposto a reduzir a dependência
dos Estados Unidos, Hugo Chávez provocou uma revolução nos negócios
internacionais da Venezuela em seus 13 anos de governo - e alguns
empresários brasileiros estão entre os que mais se beneficiaram desse
processo.

Com a bênção de Chávez - e muitas vezes apoiadas pelo BNDES -
construtoras brasileiras como a Camargo Correa, a Andrade Gutierrez, a
Queiroz Galvão e a Odebrecht alcançaram um portfólio de obras hoje
estimado em US$ 20 bilhões, segundo José Francisco Marcondes,

presidente da Câmara de Comércio Venezuela-Brasil (Camven).

O comércio também se multiplicou. Em 1999, quando Chávez assumiu,
as exportações brasileiras para o país eram de US$ 536 milhões. Em
2012, saltaram para US$ 5 bilhões e, como as importações são de
apenas US$ 996 milhões, a Venezuela foi responsável pelo terceiro
superávit da balança comercial brasileira, só atrás da China e da
Holanda (porta de entrada de toda a Europa).

Entre as empresas brasileiras que se animaram a investir no país estão
a Gerdau, a Braskem, a Alcicla e o Grupo Ultra. "Estamos vivendo uma
onda de nacionalizações na Venezuela, menos das brasileiras", chegou a
dizer Chávez em 2009.

"A maior parte das exportações brasileiras têm como destino o governo
e as estatais venezuelanas e aumentaram por questões políticas: havia
uma preferência de Chávez pelo comércio e projetos com o Brasil ou
com outros parceiros não-tradicionais da Venezuela (como China, Irã e
Rússia)", diz Fernando Portela, da Câmara de Comércio e Indústria
Venezuelana-Brasileira, em Caracas.

José Augusto de Castro, presidente da Associação de Exportadores
Brasileiros (AEB), concorda. "Houve uma reorientação de parte dos
negócios da Venezuela de países como a Colômbia para o Brasil por
questões políticas - e isso não seria possível sem apoio de Chávez."

A constatação, porém, levanta uma dúvida: com o presidente
venezuelano afastado do poder - e a perspectiva de que possa não
voltar para cumprir o mandato para o qual foi eleito em outubro - como
ficam os negócios bilionários do Brasil com a Venezuela?

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