sábado, 5 de outubro de 2013

Quem mata prefeitos não tem medo de médicos


Quem mata prefeitos não tem medo de médicos

Advogados, engenheiros, professores, ou enfermeiros serão as próximas vítimas de um partido totalitário que não dá a mínima importância para a Constituição Federal.

Tenho visto, estarrecido, que inúmeras entidades médicas continuam manifestando-se, na imprensa escrita e na internet, sobre o Programa Mais Médicos. Leio, perplexo, apelos em que se segue falando em “dignidade médica”, planos de carreira e condições de trabalho. Pergunto: é impressão minha ou será que ninguém percebeu que essa fase já passou? Não entendem os presidentes de conselhos, sindicatos e associações que a medicina está acabando? Qual o sentido em falar nesse tipo de coisa quando a Medida Provisória 621 – agora prestes a ser transformada em lei – determina um golpe de morte na nossa profissão?

Quanto tempo vai levar para o que os médicos brasileiros consigam perceber que não estamos lidando com um partido comum, mas sim como uma organização criminosa filiada ao Foro de São Paulo? Semana passada, o agora ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná apontou o caminho a ser seguido pelo Conselho Federal e demais regionais. Não foi o suficiente?

No dia primeiro de outubro a MP 621, com várias modificações para o pior, entra em votação. O relator, Rogério Carvalho, é médico e deputado federal pelo PT do Sergipe. Leiam o que está escrito ali e me digam depois se faz sentido, nesse momento, falar em plano de carreira, salários e condições de trabalho ou se é imperativa nessa hora a renúncia de todos os conselheiros e presidentes de entidades médicas. Respondam se devemos pensar em exame “Revalida” ou no “Ato Médico” até a renúncia imediata do Ministro da Saúde e a revogação completa do programa Mais Médicos! Não percebem os verdadeiros colegas brasileiros e a população que as nossas entidades representativas – como quaisquer outras no Brasil – estão completamente “aparelhadas” pelos “companheiros”? Nem mesmo nas redes sociais nós conseguimos formar um consenso - tamanho é o medo da “Polícia Federal” vigiando o que escrevemos - e deveríamos mesmo assim esperar reação efetiva das grandes instituições?

Enquanto eu escrevo, quero fazer aqui uma denúncia gravíssima: 93 mil médicos brasileiros são mantidos politicamente calados num grupo do Facebook chamado Dignidade Médica. Não permitem os administradores qualquer manifestação contra o PT nem ataques a Alexandre Padilha. Prestam ali, conscientemente ou não, excelente trabalho para o Ministério da Saúde, pois imobilizam a reação dos colegas e – sob pretexto de manter o “foco” - não aceitam de maneira alguma uma luta francamente aberta contra o governo federal!

Já pedi – e faço novamente o apelo – ao presidente do CFM e dos conselhos regionais: por favor, renunciem. Não justifiquem com a sua presença no cargo esse plano diabólico do governo, que não é um golpe só contra nossa classe, é contra toda a população. Não forneçam, com a sua presença, a impressão de legalidade, de decência, e de boas intenções que essa gente do PT jamais teve ou terá.

A luta que nós, médicos, enfrentamos nesse momento não é mais nossa, as sim de todas as pessoas de bem no país. Advogados, engenheiros, professores, ou enfermeiros serão as próximas vítimas de um partido totalitário que não dá a mínima importância para a Constituição Federal, que tem na folha de pagamento o Judiciário Brasileiro, entre seus funcionários todo o Legislativo, e como seus cabos eleitorais toda a classe acadêmica.

Renunciem, senhores, não há mais nada a fazer. Quem mata prefeitos não tem medo de médicos.

Porto Alegre, 29 de setembro de 2013.

Milton Simon Pires é médico cardiologista.



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