quarta-feira, 19 de março de 2014

É a velha máxima orwelliana: são todos iguais mas uns mais iguais que outros.


Governo Castro lança condomínios fechados para comunistas fiéis



Projeto Granma é um benefício para famílias de militares e as mais ligadas ao regime


Nos bairros mais elegantes da cidade em ruínas, mansões estão sendo reformadas com tijolos importados. Os empresários almoçam sushi e dirigem Audis. Esperando acompanhar a tendência, o governo ergue um empreendimento habitacional chamado Projeto Granma, um condomínio fechado que terá cinema e escolas próprias.

— Ganhávamos um bom salário, mas o mundo mudou — diz Roberto Rodríguez, 51 anos, antigo funcionário do Ministério do Interior.

Cuba está em transição. As reformas econômicas abalaram a ordem de classe e condição social, permitindo que os cubanos que têm pequenas empresas ou acesso a capital estrangeiro cheguem mais alto que muitos comunistas fiéis. Enquanto esses novos caminhos se expandem, o presidente Raúl Castro redobra esforços para melhorar a vida dos fiéis e manter sua lealdade.

O Projeto Granma e as "cidades militares" que estão por todo o país são edifícios tranquilos, reservados para os defensores da Revolução Cubana de 1959: famílias ligadas aos militares e ao Ministério do Interior. Com sacadas, ar-condicionado e recém-pintados, os apartamentos são os presentes mais notórios do governo para seus funcionários médios e um claro sinal da nova economia híbrida de Cuba, em que o Estado tem de competir com a iniciativa privada.

O conjunto residencial é apenas um exemplo do crescente papel dos militares no plano de Castro para Cuba, e ilustra um conflito central em suas tentativas de abrir a economia sem desmontar a estrutura de poder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário