domingo, 23 de março de 2014

Gabrielli e Foster põem em xeque versão de Dilma sobre cláusulas


Tiago Décimo e Andreza Matais - O Estado de S. Paulo
Salvador e Brasília - Presidente da Petrobrás de 2005 a 2012, período da compra da polêmica refinaria de Pasadena, nos EUA, Sérgio Gabrielli afirmou nesta quinta-feira, 20, que as cláusulas que obrigaram a estatal brasileira a ficar com toda a planta são "normais em negociações de grandes empresas".
A declaração ocorre dois dias após o Estado revelar que a hoje presidente da República, Dilma Rousseff, apoiou o negócio bilionário em 2006, quando era chefe da Casa Civil do governo Lula e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás. Dilma disse, em nota, que só deu seu apoio porque não tinha conhecimento das cláusulas.
O "resumo técnico" que embasou a decisão, disse a presidente, não explicitava que, em caso de desentendimento com a sócia belga Astra Oil, uma das partes teria de ficar os 50% da outra.
O desentendimento surgiu e a Petrobrás, que havia pago US$ 360 milhões em 2006 por metade da refinaria, desembolsou mais US$ 820 milhões em 2012 para ficar com toda a planta, num negócio que superou US$ 1 bilhão. O pagamento ocorreu após um longo litígio com os belgas.
"Quando você compra uma participação em uma empresa, é normal que você preveja a possibilidade de venda dela", disse Gabrielli, num discurso que sugere uma contestação à fala da presidente, de que não tinha conhecimento das cláusulas. Diretores da Petrobrás afirmaram reservadamente ontem que, como presidente do conselho, Dilma teria como saber de todas as cláusulas do contrato.

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