sábado, 10 de maio de 2014

Às vésperas da Copa, Fifa rompe trégua e ataca o Brasil



Antonio Prada

Às vésperas da Copa, e tentando se descolar das questões mais espinhosas que cercam a infra-estrutura e a organização do evento, a Fifa foi ao ataque durante esta semana. Com a inevitável nova onda de protestos e uma avalanche de críticas de todos os lados, a entidade tenta, no conjunto da obra, salvar a própria pele.

A estratégia, captada em todas as declarações da semana, é reforçar, e separar, as responsabilidades da Fifa e do governo. Mas vai além: começa a lavar roupa suja e a dar nomes aos bois. Os alvos, claro, são governo e Estado brasileiros. Antes, aliados de sangue. Agora, inevitáveis parceiros indesejados.

Vamos aos fatos, ou melhor, às aspas de Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, todas fornecidas bem longe das fronteiras do Brasil.

Em evento na segunda, dia 7, em Lausanne, Suíca, ao lado de Gilbert Felli, o interventor do COI para os Jogos do Rio de 2016:

Vivemos um inferno “Quanto à crítica sobre as despesas, é verdade que nós (Fifa) temos uma responsabilidade moral. Dou um exemplo: num dado momento havia um certo número de pessoas, no Brasil, entre eles, políticos, que se opunham à Copa do Mundo. Vivemos um inferno, sobretudo porque no Brasil há três níveis políticos, houve mudanças, uma eleição (de Dilma Rousseff), mudanças, e não discutíamos mais necessariamente com as mesmas pessoas. Foi complicado, porque a cada vez tínhamos de repetir a mensagem.”

Não simplesmente um governo “Talvez (no futuro) tenha de ser a mais alta autoridade representante do povo que seja associada a uma decisão de uma candidatura e não simplesmente um governo, um chefe de Estado e seus ministros que passam com o tempo. Que seja uma representação global do País”

Como você pode duvidar do Brasil? “Lembro que me diziam: como você pode duvidar do Brasil? Nós organizamos o Carnaval do Rio todos os anos com 3 milhões de pessoas. Mas no carnaval são pessoas do Rio e que tem seus apartamentos lá. Estão na praia e ficam por lá. As pessoas achavam que era fácil organizar uma Copa. Mas é um trabalho de verdade. É uma responsabilidade real”.

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