Além das propinas pagas a partidos políticos, parlamentares e operadores financeiros, parte do dinheiro sujo serviu para financiar noitadas para os integrantes da organização criminosa que saqueou os cofres da estatal. Muitos dos envolvidos, em especial políticos e executivos de empreiteiras, gastavam parcialmente o dinheiro da propina com festas frequentadas por mulheres de programa, as famosas moças que dormem à tarde, enquanto ouros custeavam as despesas de amantes em várias cidades brasileiras.
Documentos em poder das autoridades comprovam a destinação de recursos do esquema de corrupção para esses fins, sendo que em alguns casos as orgias eram oferecidas pelos executivos das empreiteiras às autoridades como forma de recompensa pelos contratos superfaturados. No caso de esses documentos vazarem, os executivos que encontram-se presos na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, terão muito a explicar às respectivas esposas, que enquanto os maridos estão encarcerados batem pernas em shoppings elegantes da capital paulista.
Em outro vértice dessa rocambolesca epopeia, que mescla corrupção, roubalheira, traição e lenocínio, há um grupo de políticos bandoleiros que usam as tribunas da Câmara dos Deputados e do Senado federal para discursos moralistas em defesa da família, mas, longe do Parlamento, a reboque do dinheiro imundo, financiam as despesas de amantes de longa data. O UCHO.INFO tem detalhes dessas bandalheiras, como nomes das amantes, endereços e outros registros. O que serve como ingrediente extra e explosivo para uma receita criminosa e aparentemente sem fim.
Até o momento, o máximo que as mulheres traídas conseguiram fazer foi criticar o árduo e necessário trabalho da imprensa e lamentar o fato de seus parceiros (maridos, amantes, namorados e outros quetais) estarem atrás das grades, onde por certo estão a refletir sobre a bandalheira que protagonizaram.
As festas típicas de final de ano se aproximam com impressionante celeridade, mas é quase nula a chance de os quadrilheiros presos serem liberados para os festejos natalinos com as respectivas famílias. Terão de se contentar com a rápida visita de parentes e desejos de feliz Natal através do sistema de voz do parlatório instalado na PF, sempre acompanhados à distância pelos policiais.
O grande enigma que surge no vácuo da Operação Lava-Jato, além da pena a que cada um será sentenciado, é saber quantos casamentos resistirão aos detalhes sórdidos e covardes das farras de alguns executivos com prostitutas e amantes. Certamente dirão que são inocentes, com direito a declarações de amor eterno e incondicional, mas quem conhece os bastidores da Lava-Jato sabe que isso não passa de balela de alarife experimentado.
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Lava-Jato: parte do dinheiro desviado da Petrobras financiou amantes e contratou prostitutas
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