segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Eles se autointitularam os Mata Zetas e dizem ser o "braço armado do povo". Para alguns, no entanto, eles representam a chegada ao México de um temido fantasma: os paramilitares.
O grupo ganhou destaque no último dia 24 de setembro, após divulgar um vídeo onde seus membros aparecerem encapuzados, prometendo acabar com o cartel de drogas Los Zetas, do estado de Veracruz.
Para o governo, trata-se de mais um grupo criminoso entre tantos outros que se multiplicam pelo México. O vídeo, no entanto, fez muitos mexicanos temerem o início de uma nova fase de violência no país, com o enfrentamento entre carteis e paramilitares.
O vídeo foi divulgado quatro dias após a aparição de 35 corpos, amarrados e com marcas de tortura, em uma rua da cidade de Boca del Rio, no estado de Veracruz.
Até o momento, não há consenso entre especialistas de segurança sobre a existência de paramilitares no país.
Edgardo Buscaglia, professor de direito do Instituto Tecnológico Autónomo de México (ITAM) diz que existem hoje cerca de 167 grupos paramilitares no México. A contagem foi feita a partir de notícias na imprensa, pesquisa de campo e informações de suas fontes, diz.
"Existem casos de policiais que fazem o trabalho sujo de grupos criminosos, limpando algumas regiões de grupos adversários. Isso ocorre em todo o país. Ele são extensão do estado, policiais que usam veículos ou recursos do Estado para desempenhar essa tarefa", diz.
Em 2010, o Senado pediu ao governo informações sobre a atuação de paramilitares. A resposta oficial foi a de que eles não existiam.
Fenômeno novo
Não é a primeira vez que um grupo armado mexicano divulga mensagens de vídeo pela internet. Mas nunca antes uma organização disse estar "ao lado dos mais desprotegidos", prometendo respeitas as Forças Armadas e "não extorquir ou roubar" a população, como fizeram o Mata Zetas nesta semana.
Buscaglia insiste que o grupo se encaixa na definição clássica do paramilitarismo, ao dizer que não vai fazer contrabando de armas e drogas e que irá limpar Veracruz dos criminosos.
Para o general da reserva e fundador do Centro de Investigación y Seguridad Nacional (CISEN), Jorge Carrillo, o México está "diante de algo diferente, que não sabemos exatamente o que é".
"É um grupo que se parece muito mais preparado que outros grupos criminosos, mas não significa que sejam paramilitares".
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