sábado, 19 de novembro de 2011

vejam a que ponto chegou a barbárie na usp - Entrevista com "estudante" que há dez anos não consegue terminar um curso de letras...




por bruno pontes



Consegui falar com um meliante acampado no prédio da administração da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Ele nega ser funcionário do tráfico de drogas dentro do campus e desabafa:



Quantos anos você tem?
Faço 29 em dezembro.


Muita gente diria que você é adulto já há algum tempo.
O ‘meu’, é o Estatuto da Juventude que diz que eu sou jovem. Vai duvidar do Estatuto?


Quais são as reivindicações do movimento?
Queremos o ‘fechamento da base estadunidense em Guantánamo’, a ‘democratização da comunicação’, a ‘superação do capitalismo’, a ‘destruição de Israel’ e a ‘retirada da PM assassina do campus’. Nesses meus dez anos como universitário eu nunca vi um ambiente tão opressor como o atual. Fica difícil ‘estudar’.


Numa mesma faixa de protesto vocês escreveram “trabaliadores" e erraram uma concordância. Isso prejudica a imagem do movimento?
[Indignado] Prejudica só na cabeça de quem tem ‘preconceito lingüístico’. O sistema impõe que existe um jeito certo de falar. É uma visão ultrapassada, autoritária, conservadora e ‘homofóbica’, que ‘nós vai’ superar aqui em São Paulo quando ‘a gente elegermos’ o Fernando Haddad para a Prefeitura.


Alunos da USP dizem que a maioria aprova a presença da PM no campus e que o protesto de vocês é uma farsa.
São uns ‘playboyzinhos de m****’ que só querem saber de estudar e trabalhar e esquecem a ‘função social da universidade’. Apesar deles, amanhã há de ser outro dia. Vamos seguir lutando pelo fim da ditadura no campus.


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