Uma notícia engraçada, ou triste, dependendo do ponto de vista. Curadores da Biennale de Berlin, talvez a principal mostra de arte do mundo, há um ano atrás ficaram impressionados com os pichadores brasileiros que vandalizaram a Bienal de São Paulo. Aí, convidaram eles para a sua própria exposição em Berlim...
O resultado foi, como era de se esperar, hilário. Provavelmente, os otários alemães imaginaram uns exóticos terceiromundistas tropicais que iriam fazer alguma macaquice divertida, ao mesmo tempo em que eles próprios poderiam posar como patrocinadores da "arte marginal" de "artistas excluídos". O que não esperavam é que os manos pichadores começariam a pichar as paredes da própria Igreja e monumento cultural da cidade na qual foram convidados a dar um workshop...
Tudo terminou com um dos pichadores atirando tinta no curador da mostra, a polícia sendo chamada, e o workshop cancelado até segunda ordem. Achei este trecho da reportagem ilustrativo:
Começou um bate-boca entre os brasileiros e a organização. Foi quando, ainda segundo Cripta, o curador lhe atirou a água, e ele devolveu com a tinta amarela.
"O curador, que se diz um cara revolucionário, levou para o lado pessoal. É uma bienal política, que critica o sistema, mas tiveram que recorrer ao sistema para nos parar", disse Cripta.
O pichador conta que, em seguida, Zmijewski também atirou tinta nele. Cripta então disse ter pensado: "Você quer guerra da tinta, então vamos pichar a igreja inteira".Acho que foi uma boa lição para os alemães, e para todos os modernosos que acham que "pichação" é arte. Os curadores acharam bonito o vandalismo no Terceiro Mundo, mas não o queriam nos monumentos de seu país. Pois, que aprendam. Ora, pichação é apenas vandalismo realizado por ignorantes! Um dos principais sinais de que você está em um país de Terceiro Mundo (ou em uma zona ruim de um país de Primeiro, se é que essa classificação ainda cabe) é a presença constante de graffiti. Nunca entendi qual a graça da pichação, fora o prazer de estragar um monumento e enfeiar a cidade para todos.
Um dos sinais da decadência européia é, de fato, a presença cada vez maior de graffitti em suas periferias...
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