Revelações do assessor de Jango
Aqui a história de mais de meio século da vida do ex-deputado
Cláudio Braga, cassado pela ditadura, que foi secretário
particular de João Goulart em quase todo o tempo de exílio do
ex-presidente e que hoje vive em Montevidéu
Cláudio Braga, cassado pela ditadura, que foi secretário
particular de João Goulart em quase todo o tempo de exílio do
ex-presidente e que hoje vive em Montevidéu
Brasileiros /Jango falava em voltar para o País?/*
*C.B. -* A vontade de voltar para o Brasil era muito grande. Ele sentia a ingratidão de alguns políticos que desapareceram, só aparecia gente para fazer negócio ou pedir dinheiro. Ele tinha vontade de voltar para o Brasil, lembrava o nome das pessoas A vida dele aqui era cuidar das fazendas e viver das recordações e contatos políticos, inclusive com militares, que vinham mais disfarçados. Aqueles que serviram com ele. A família de Jango era ele, a Maria Teresa, o seu filho João Vicente com 7 anos e a sua filha Denise um pouco mais nova.
*Brasileiros /Quais eram as propriedades de Jango? /*
*C.B. *Ele tinha duas fazendas no Uruguai, uma grande de seis mil hectares em Taquarimbó, a cem quilômetros do Brasil, e uma em Maldonado, com mil hectares. Na Argentina tinha uma fazenda em Mercedes na província de Corrientes. No Brasil ele tinha em São Borja.
Passagem: Um dia, em plena ditadura, chegou uma carta para ele em São Borja, que o administrador dele veio trazer. Era do Banco do Brasil oferecendo ao pecuarista João Goulart um crédito para melhoramento da fazenda a fundo perdido. Era um crédito especial que existia como prêmio a quem tinha produtividade alta, num valor de US$ 200 mil, como incentivo do governo, porque havia necessidade de carne para exportar. Agora, o estranho era oferecer dinheiro para um pecuarista que está banido do País por questões políticas.
FINALIZAÇÃO
Cláudio Braga, 11 anos convivendo com João Goulart, entende que a saudade do Brasil, associada às injustiças sofridas e à solidão, o levou à morte em 6 de dezembro de 1976.
Acredito que ele faleceu debilitado do coração, tinha deixado de beber, por recomendações médicas, mas continuava fumando muito. No momento da morte, em sua mesa de cabeceira tinha cinco baganas de cigarro e um livro de /cowboy./
Cláudio lembra que no ano em que morreu, Jango residia esporadicamente na Argentina. Uma ameaça de sequestro dos filhos o levou a matriculá-los em um colégio de Londres. Com isso ele passava a maior parte do tempo entre Paris e Londres. Numa dessas idas à Europa começou um tratamento em Lyon, França, porque não se sentia bem do coração. Meses depois veio passar os olhos de dono em seus negócios e fazer uma venda de gado na Argentina. A ideia era voltar depois para a Europa, onde faria de lá uma viagem à América do Norte, visitando Edward Kennedy. Depois, estaria com o Papa, em Roma, e voltaria para o Brasil para forçar uma redemocratização.
As revelações/testemunho vem bem a propósito da novíssima necrofilia democrática ...
http://www.revistabrasileiros.com.br/2009/06/24/revelacoes-do-assessor-de-jango/
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