Vera Rosa, colaborou Andreza Matais | Agência Estado
A costumado a dar ordens, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu impõe a disciplina na prisão. Levanta bem cedo, faz ginástica, organiza temas para "debates" e virou o "rei da cela". É ele o mandachuva que passa as tarefas para os companheiros e decreta a hora de fazer exercícios, de ler, de caminhar e de jogar conversa fora.
Na manhã desta quinta-feira, 21, antes da saída do deputado e ex-presidente do PT José Genoino - que passou mal e foi hospitalizado -, Dirceu deu voz de comando a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido. Maníaco por limpeza, ele pegou um balde de água, sabão e vassoura e puxou Delúbio para ajudá-lo na faxina na cela "S 13", número do PT.
"A gente chega lá e sai triste com a situação, mas também motivado, porque meu pai não se entrega. É um guerreiro", afirmou o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro.
Quem vai visitar Dirceu e seus companheiros tem a impressão de que está num quartel. A sala de visitas é modesta, com mesa e cadeiras, e todos vestem roupas brancas. No Centro Penitenciário da Papuda, a cela que abriga os condenados do PT foi a cantina do presídio, hoje reformada.
Até esta quinta-feira, era Dirceu - hipocondríaco de carteirinha - quem cuidava do horário dos remédios de Genoino, conferia se ele se alimentava direito e procurava animá-lo. "A Dilma defendeu você", disse ao deputado, na noite de quarta-feira, numa referência à entrevista na qual a presidente Dilma Rousseff afirmou estar preocupada com a saúde do amigo petista.
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