Um ano depois da morte de Hugo Chávez, que será comemorada hoje pelo governo venezuelano em meio a protestos, o Brasil começa a sofrer os efeitos da sua estreita parceira com aquela ditadura. Um problema que já vinha afetando os exportadores brasileiros agora passa a preocupar também as empreiteiras do Brasil que atuam na Venezuela, onde elas possuem um portfólio estimado em US$ 20 bilhões em obras de infraestrutura e saneamento.
Os atrasos nos pagamentos pelos serviços prestados pelas construtoras no país vêm se agravando nos últimos meses, e a dívida do governo venezuelano com companhias do setor já soma entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões de dólares. 70% do endividamento do governo venezuelano com as empreiteiras brasileiras corresponde a serviços prestados pela Odebrecht.
"Antes, o Lula era amigão do Chávez. Quando eles se encontravam, destravavam todos os problemas", diz uma fonte próxima ao tema, que, como as demais fontes, pediu para não ser identificada.
"Agora, com pouco dinheiro em caixa, o governo venezuelano está mais pragmático. O 'amigão' é quem traz financiamento. Nesse sentido, estamos perdendo cada vez mais espaço para a China."
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