Acabo de ler um texto (publicado pelo jornal Zero Hora) santificando um grupo de médicas cubanas porque pega ônibus, leva marmita, como junto com funcionários e atende os pacientes do mesmo lado da mesa (isso parece ser uma demonstração evidente e inquestionável de boa relação médico-paciente, sabe-se lá porque).
Isso cansa.
Cansa porque, usando o meu local de trabalho como exemplo, a grande maioria dos médicos leva comida de casa. Nem tanto porque não poderia comprar (ainda não chegamos ao ponto de não poder comprar comida, embora muitos achem que isto seria ideal), mas porque no hospital não há (comida só é fornecida para cubanos, os outros médicos não têm, em muitos lugares nem mesmo os que estão de plantão), porque é mais saudável do que o que há para comprar e porque ninguém nunca sabe quando (ou se) vai ter tempo para comer. Guardamos numa geladeira dividida com os funcionários que trabalham na enfermaria, comprada numa vaquinha. Temos um refeitório conjunto onde comemos nós e todos os funcionários, os enfermeiros e o pessoal da limpeza, por exemplo.
Lisieux Eyer de Jesus
Subliminarmente, trata-se de apologia à escravidão; escravidão a que à ditadura comunista, submete o povo e os profissionais cubanos que não fazem parte da nomenklatura, há mais de meio século ...
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