sábado, 8 de outubro de 2011
O que as escolas estão fazendo com os jovens?
Um leitor do blog me manda um e-mail informando que seus filhos — 18, 14 e 10 anos — estudam numa escola de elite no Rio. Aí ele emenda o que segue. Volto depois:
“Pois é, você tem de ver os professores de geografia (…). Rocky Mountains, Ganges, Danúbio, Apeninos??? Nem pensar… O negócio é o imperialismo americano, os horrores do colonialismo europeu, os coitados dos muçulmanos radicais. E VIVA FIDEL!!! Triste, né? Já reclamei milhões de vezes, mas como sou o único… Os outros pais são, digamos, mais mudernos, antenados, sacumé? Descolados, é isso! Artistas, gente “bem” da Zona Sul. Lamentável!
VolteiÉ isso aí. Ele tem razão. Os cursos da área de humanas são meros pretextos para o pior proselitismo, mas nenhuma disciplina foi tão desfigurada pela ideologia como a geografia. Sob o pretexto de se ensinar “geografia humana”, tudo passa a ser permitido. E é o que se pretende — os que me atacam o confessam abertamente — com as aulas de filosofia e sociologia. É claro que é possível ministrar as duas disciplinas com isenção. Mas é isso o que se quer?
Infelizmente, “pensamento crítico” virou sinônimo de cultura submarxista. Peguem os livros didáticos que há no Brasil. Procurem, por exemplo, as referências sobre Cuba. Qual é o livro que realmente informa o que se deu e se dá lá? Onde está escrito, por exemplo, que Cuba tinha o 3º PIB per capita da América Latina antes da revolução? Depois de mais de 50 anos de castrismo, caiu para a 15ª posição. Lembro outro tema: vejam os absurdos que se dizem, por exemplo, sobre as privatizações no Brasil, atribuídas ao “neoliberalismo”…
É lamentável que, com as exceções costumeiras, disciplinas como história e geografia se prestem à pura e simples tentativa de doutrinação. E é, confessadamente, o que se quer fazer com filosofia e sociologia. Quando, então, alguém sugere, como fez o secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, que se diminua a carga horária de matemática e português para dar lugar a essas disciplinas, a conseqüência óbvia seria mais doutrinação e menos educação. O governador Geraldo Alckmin garantiu que isso não vai acontecer. É o que se espera.
Por Reinaldo
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