dr Rivadavia Rosa
GEORGE ORWELL publicou em 1949, a obra 1984, quando ostalinismo avançava na dominação do mundo. E fez um alerta.
O fato é que certas mentes anteveem o futuro e os relatam em forma de ficção. Muitos o encaram como profetas (ou mensageiros espirituais) que trazem uma mensagem para a ‘humanidade’ nem sempre compreendida.
A ficção científica, também muitas vezes avança nesse tempo e antecipa o que pode acontecer. Romance como Vinte mil léguas submarinaspareciam fantásticos, hoje parece conto da carochinha em razão do formidável avanço científico e tecnológico.
Por isso devemos ficar atentos com relação à gênese das palavras e a patologia novilingüística (genealogia da (i) (a) moralidade):
"O grande inimigo da clareza na linguagem é a falta de sinceridade... A linguagem política é concebida para fazer com que as mentiras pareçam verdadeiras e que o assassinato pareça respeitável...". GEORGE ORWELL
“Estude as frases que parecem certas e coloque-as em dúvida.” DAVID RIESMAN, sociólogo
“Se a linguagem está corrompida, o que está corrompido é o pensamento.” W. H. AUDEN, poeta
A língua expressa em forma-significado-comunidade se define por meio de convenções de eventos comunicativos.
Por sua vez, o significado das palavras são fixados socialmente no momento da fala que emerge do espaço comum em que a comunicação se efetiva entre falantes por meio de práticas, experiências, saberes, convivências/troca de experiências.
Porém, a decadência dos valores morais e políticos de uma comunidade de modo geral se reflete no desvirtuamento da linguagem, mostrando a correlação/interdependência entre linguagem, moral e política.
Não raro, as palavras nos levam a confrontações ideológicas. Tal é a tragédia da política: designações, clichês, jargões, chavões, abstrações retóricas e falsas antinomias chegam a dominar o espírito dos incautos.
O comportamento político não é espontâneo e nem sempre corresponde à realidade. Congela-se em torno de uma retórica inerte em que a linguagem aprisiona os políticos na cegueira das suas próprias incertezas ou na ilusão da justiça.
Assim em vez de nos convertermos em senhores da linguagem, nos tornamos seus servos. Esse é o resultado trágico.
As palavras podem não dizer tudo, porém dizem tudo de quem a emprega. Onde a linguagem se corrompe, algo mais que a linguagem está também corrompido. A deterioração das instituições e a indigência da linguagem não são equivalentes, porém se complementam e o lixo em que se convertem contaminam indefectivelmente o pensamento.
GEORGE ORWELL, socialista esclarecido (e arrependido ...)publicou em 1949, a obra 1984, quando o stalinismo avançava na dominação do mundo.
Esse livro, 1984, alertou que a porta de entrada do totalitarismo é atergiversação da linguagem política, para estimular os fanáticos e confundir os ingênuos.
Nessa novíssima linguagem - democracia - pode também significar - o domínio da minoria, ou seja, autoritarismo; liberdade - o direito de mentir; defesa dos pobres - exploração e aumento da miséria; justiça ‘social’ – expropriação ...
Assim, instrumentalizada pela novilingüística – as palavras sofrem deterioração em seu significado, sendo utilizadas em sentido diferente, a exemplo de ‘democracia’, ‘direitos humanos’, ‘progresso’, ‘progressista’, ‘direita’, esquerda’, ‘liberdade’, ‘civilização’, ‘cultura’, ‘repressão’, e, até ‘lei’, com sentidos absolutamente ambíguos e contraditórios.
RESUMINDO a antevisão que se conformou no então totalitarismo soviético e seus satélites (alguns orbitando ainda como a Coréia do Norte, Cuba e outros em transe como a Venezuela ...e demais devotos do Foro de São Paulo) - ou seja, o poder absoluto não era a imposição de um mando despótico, mas obra fraterna do Grande Irmão(Big Brother – Hermano Mayor) que vigiava zelosamente os cidadãos convertidos em súditos, até a intimidade de seus lares.
Porém, o perverso efeito genérico, é mais amplo.
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