O documento-base emitido pelo FSP, sob diversos aspectos, repisa a velha cantilena comuno-socialista de sempre: o “capitalismo” é o pior mal já surgido na face da terra, é preciso lutar contra o “capitalismo”, há que se construir uma alternativa socialista através dos partidos e grupos “progressistas e de esquerda”, sobretudo a partir dos movimentos populares, a “viabilidade da democracia liberal” está em xeque, e por aí vai. Imputa-se, como sói acontecer com grupos desse calibre, a crise mundial ao grande capital – esse monstro que todo socialista deve conhecer, mas que quase nenhum consegue descrever com detalhes, sem recorrer a logorréias cheias daqueles jargões complicadíssimos e intermináveis –, e os vitupérios de praxe são lançados contra os Estados Unidos (que sempre está nos estertores, mas nunca chega a jogar a toalha).
Outra linha de discussão para a qual se deve conceder alguma atenção é a intenção de se criar a Secretaria Estados Unidos do Foro de São Paulo, a exemplo da já existente Secretaria Europa. Ao longo do documento, a despeito do já esperado criticismo ao neoliberalismo e ao imperialismo e ao neocolonialismo estadunidenses, observa-se uma estranhíssima neutralidade no tocante à figura do presidente Barack Hussein Obama. Sua reforma de saúde e o corte nos gastos militares são até mesmo vistos com bons olhos pelo Foro de São Paulo, apesar de serem considerados “tímidos”. Além disso, o documento coloca bastante ênfase no fortalecimento do movimento conservador dentro dos Estados Unidos – com o Tea Party, por exemplo, que surgiu como grande clamor popular contra a política progressista de Obama – e seu reflexo no Partido Republicano, o que evidencia o grau de “fanatismo, primitivismo e ignorância que existe na política da nação mais poderosa do mundo”.
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