quinta-feira, 5 de julho de 2012

Obama, o candidato do Foro de São Paulo


O Foro de São Paulo – aquela organização inexistente de partidos e grupos de esquerda, capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores, da qual faz parte o grupo narcoterrorista FARC, e cuja existência é frequentemente imputada a certa tendência esquizofrênica da parte de perigosos ultrarreacionários direitistas delirantes – promoverá, entre os dias 2 e 6 de julho, seu XVIII Encontro em Caracas, Venezuela. A programação e o documento-base do encontro podem ser consultados aqui (em espanhol). Algo também interessante de ser consultado é o documento que o Partido dos Trabalhadores redigiu para o encontro, disponível aqui (em espanhol).


O documento-base emitido pelo FSP, sob diversos aspectos, repisa a velha cantilena comuno-socialista de sempre: o “capitalismo” é o pior mal já surgido na face da terra, é preciso lutar contra o “capitalismo”, há que se construir uma alternativa socialista através dos partidos e grupos “progressistas e de esquerda”, sobretudo a partir dos movimentos populares, a “viabilidade da democracia liberal” está em xeque, e por aí vai. Imputa-se, como sói acontecer com grupos desse calibre, a crise mundial ao grande capital – esse monstro que todo socialista deve conhecer, mas que quase nenhum consegue descrever com detalhes, sem recorrer a logorréias cheias daqueles jargões complicadíssimos e intermináveis –, e os vitupérios de praxe são lançados contra os Estados Unidos (que sempre está nos estertores, mas nunca chega a jogar a toalha).


Outra linha de discussão para a qual se deve conceder alguma atenção é a intenção de se criar a Secretaria Estados Unidos do Foro de São Paulo, a exemplo da já existente Secretaria Europa. Ao longo do documento, a despeito do já esperado criticismo ao neoliberalismo e ao imperialismo e ao neocolonialismo estadunidenses, observa-se uma estranhíssima neutralidade no tocante à figura do presidente Barack Hussein Obama. Sua reforma de saúde e o corte nos gastos militares são até mesmo vistos com bons olhos pelo Foro de São Paulo, apesar de serem considerados “tímidos”. Além disso, o documento coloca bastante ênfase no fortalecimento do movimento conservador dentro dos Estados Unidos – com o Tea Party, por exemplo, que surgiu como grande clamor popular contra a política progressista de Obama – e seu reflexo no Partido Republicano, o que evidencia o grau de “fanatismo, primitivismo e ignorância que existe na política da nação mais poderosa do mundo”.

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