Muitas pessoas acreditam que a aristocracia acabou, que não existem mais nobres vivendo no bem-bom enquanto outros suam a camisa e que, graças à democracia, agora todos somos iguais e vivemos sob um sistema meritocrático onde qualquer um pode subir de classe social, basta o esforço, o trabalho e a educação...
Pausa para gargalhadas: Quá, quá, quá!!!!!
A verdade é que a aristocracia não acabou, as aristocracias modernas são apenas diferentes por não se basearem exclusivamente na hereditariedade (embora ainda sejam em grande parte hereditárias) e por terem um tipo diferente de apetrechos: sai a coroa e a carruagem, entram os agentes secretos e as limusines. A classe política é a nova classe de nobres (no Brasil, "trabalham" três dias por semana por salários bastante superiores ao da maioria das profissões, sem falar nos extras.)
Nos EUA, no entanto, não está ficando muito diferente. Este divertido artigo do Mark Steyn fala sobre a presidência Obama, comparando-a com a família real britânica. Em apenas duas viagens de férias, Obama e Michelle gastaram mais do que a família Rainha da Inglaterra em um ano. (Bem, não foram eles que gastaram, foi o cidadão. Uma viagem com o Air Force One custa aos contribuintes em torno de 181 mil dólares por hora de vôo, sem falar nos outros gastos com serviço secreto, etc.). Segundo um recente estudo, o custo anual da presidência Obama (tudo pago pelos impostos do cidadão americano) somou 1.4 bilhões, vinte vezes mais do que a família britânica e mais até do que a soma de todas as famílias reais européias.
O curioso é que os gastos da família real britânica, embora bem mais modestos, foram duramente criticados pela mídia, enquanto os gastos de Obama foram ignorados ou até aplaudidos. A mídia americana parece ter virado sucursal da revista Caras, só faz celebrar o casal presidencial, e a Primeira Dama até Oscar entregou.
Enquanto no Brasil as pessoas acham um absurdo que Renan Calheiros gaste 22 mil reais em um spa anti-stress, os americanos raramente reclamam dos gastos da família Obama, muito embora o país esteja à beira de um precipício fiscal.
Democracia? Besteira. Como dizia Mark Twain, "se votar fosse importante, não nos deixariam fazê-lo". A classe política, lá, aqui ou acolá, é uma nova aristocracia, com a única diferença que é muito mais poderosa do que a de antes, e que apenas finge ser simpática ao povão, afinal, de quatro em quatro anos tem eleição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário