domingo, 15 de setembro de 2013

Chile: os que ainda defendem Pinochet



Com frequência estrangeiros que visitam o Chile se surpreendem ao descobrir que o general Augusto Pinochet ainda tem partidários aqui.

Fora do Chile, é quase universalmente vilipendiado, recordado como um ditador impiedoso cujo regime militar matou mais de 3.000 opositores políticos, torturou muitos mais e forçou o exílio de milhares.

Mas no país há matizes.


Esta semana se cumpre o 40º aniversário do golpe militar que o levou ao poder, e as posições quanto ao regime de Pinochet (1973-1990), e ao governo socialista de Salvador Allende que o precedeu, ainda são complexas e objetos de um intenso debate.

Ainda que a maioria dos chilenos considere o general um ditador e condene os abusos aos direitos humanos cometidos durante seu governo, ainda há um pequeno porém fervoroso grupo de seguidores de direita que o consideram um herói.

Estes dizem que, ao tirar o poder de Allende em 11 de setembro de 1973, o Exército impediu que o Chile deslizasse até uma guerra civil e salvou o país de se converter em "outra Cuba", um Estado comunista.
"As Forças Armadas me salvaram", disse à TV estatal neste mês o deputado direitista Iván Moreira. "Eles me salvaram de viver num regime, uma ditadura marxista. Pinochet salvou a vida de toda uma geração."

Quando Pinochet morreu, em 2006, cerca de 60 mil pessoas foram a seu velório. Alguns choravam. Outros seguravam bustos de bronze e fotografias do general.

Para visitantes estrangeiros é às vezes difícil de acreditar, mas há um museu de Pinochet em Santiago, em honra à sua memória. Contém seus uniformes militares, seu escritório, suas medalhas e sua extensa coleção de soldados de brinquedo dos diferentes regimentos do Exército chileno.

O deputado Moreira disse que o regime Pinochet foi retratado de forma negativa pela imprensa internacional. "Até quando vamos seguir aceitando que a história do Chile tenha sido escrita pela pluma da esquerda?", se perguntou.

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