Reportagem de VEJA desta semana mostra que, sem autorização para iniciar os atendimentos, tudo que os médicos fizeram até agora foi aparecer ao lado de políticos do partido para exaltar o programa Mais Médicos
Tupanatinga,
no agreste de Pernambuco, tem 25 000 habitantes e menos de 1 000 carros. Para
chegarem lá, as médicas cubanas Norka Imberd e Norma Elías sacolejaram na
estrada por quatro horas e meia desde o Recife. Estão instaladas há quase uma
semana em um dos dois únicos hotéis da cidade, mas ainda não tiraram o
estetoscópio da bagagem. Como continuam sem autorização de trabalho no Brasil,
aproveitaram o tempo livre para desfilar sorridentes ao lado do ainda mais
sorridente prefeito Manoel Tomé (PT). Queria saudar aqui duas pessoas
importantíssimas que o município acaba de receber, discursou ele. Elas vieram
lá de Cubas numa missão para melhorar a saúde de nossa cidade. O fato de o
prefeito não conseguir acertar o nome do país das doutoras não significa que ele
ignore a força política do programa do governo federal que as trouxe a
Tupanatinga -- o Mais Médicos. Prova disso é que já mandou até pintar um dos
postos de saúde da cidade de vermelho e branco, as cores do seu
partido.
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