Após obstruir os esforços contra as ambições nucleares do Irã, dar proteção ao delator Edward Snowden, e irritar ativistas com a lei contra a propaganda gay, o presidente russo Vladimir Putin enfureceu Washington ao apoiar Bashar Assad, mesmo após o ataque químico que matou mais de mil pessoas em Damasco, Síria.
Desde o seu retorno à presidência, em maio de 2012, Putin vem sendo o pior obstáculo da política internacional do governo Obama. Mas, apesar do tom arrogante, Putin tem o calcanhar de Aquiles da economia russa exposto.
O retorno dos EUA ao posto de superpotência energética está atrapalhando os planos do “petroestado” de Putin. O avanço do gás natural liquefeito americano na Europa, onde a estatal russa Gazprom abastece 25% da demanda, é uma ameaça direta aos interesses de Putin.
A Rússia é a maior exportadora energética do mundo. A maior produtora de petróleo e a segunda maior produtora de gás, atrás apenas dos EUA. Contudo, um estudo recente mostrou que as reservas da Russia têm duração prevista de 20 anos, contra 70 das reservas da Arábia Saudita e 90 das dos Emirados Árabes Unidos.
Putin está ciente desse problema e a Rússia tem pouco tempo a perder. A Gazprom representa 14% do capital do governo, o que cria uma incrível dependência. A queda do “petroestado” russo ameaça especialmente os membros do círculo íntimo de Putin, que mais se beneficiam dessa condição.
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