domingo, 15 de setembro de 2013

VERDADE










No meio comunista, como entre os mafiosos, os signos de amor e respeito aos membros mortos da comunidade são sempre mais enfáticos do que entre os seres humanos comuns. Especialmente o amor e respeito a quem não presta. Cada um ali, especialmente entre os piores, é uma pessoa maravilhosa, uma estrela que brilha, um sol imortal no firmamento, alguém cuja ausência abre um rombo no cosmos. Nenhum santo, sábio, herói ou profeta mereceu tantas lágrimas no seu enterro quanto Stálin ou Kim Jong-il. Cascatas de pranto rolaram por dias e dias, nas ruas e nas praças. Às vezes o sujeito nem precisa morrer para ser alvo de tais efusões de sentimento. José Dirceu não pode chegar perto de Fidel Castro sem chorar. A exaltação confunde-se, não raro, com a adoração pura e simples. As multidões que fazem fila para receber de Lula a salvadora imposição de mãos, o espetáculo grotesco da esquerda inteira pedindo a beatificação do medíocre Herbert de Souza, explicam perfeitamente bem por que Altmans e Magnavitas não podem ler um simples elogio à minha pessoa sem gritar "Idolatria!" Só genocidas como Stálin, ou genocidas-estupradores como Mao, sádicos assassinos como Fidel Castro e Che Guevara ou tiranetes vulgares como Hugo Chávez têm direito ao louvor, e este deve ser ilimitado, hiperbólico até o limite da insanidade. A inversão revolucionária corrompe até os sentimentos mais pessoais, os recantos mais íntimos da alma, consagrando o a perversidade como objeto supremo de amor e devoção.
OLAVO DE CARVALHO



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