domingo, 7 de dezembro de 2014

Fraude eleitoral começa a ser revelada: TSE investiga empresa que ganhou quase R$ 1 mi do PT


Funcionários do Tribunal Superior Eleitoral suspeitam de irregularidades na contratação de uma firma que prestou serviços de informática para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

A prestação de contas da petista foi entregue no último dia 25 à Justiça Eleitoral e terá de ser julgada até a próxima quarta-feira (10), oito dias antes da diplomação.

Segundo o que pode ser apurado até agora, chamaram a atenção de servidores que examinam as contas 11 notas da empresa UMTI, de Florianópolis, que recebeu R$ 874.332,25 da campanha petista.

A empresa emitiu notas de R$ 41.268 a R$ 160.328 pela locação de computadores e impressoras e prestação de suporte técnico para o comitê de campanha presidencial.

O CNPJ da empresa está ativo desde 2003, mas ela só obteve autorização da Prefeitura de Florianópolis –um dos locais onde declara estar instalada– para emitir notas fiscais no início de setembro deste ano, já em plena campanha eleitoral.

Nas palavras de um integrante do Judiciário, é como se a campanha fosse o único cliente da empresa''. Técnicos do TSE pediram à Receita Federal para investigar a real situação da firma.

No site da UMTI, há dois endereços e telefones registrados: um em Florianópolis (SC) e outro em Santa Cruz do Sul (RS). O primeiro endereço não é mais da empresa. Nenhum dos telefones existe.

A equipe visitou um terceiro endereço, também em Florianópolis, que é informado nas notas fiscais e na Receita como sendo a sede da empresa. No local, há um prédio residencial, onde mora o dono da firma, Davi Unfer.

Ele reconheceu não haver empresa onde mora e disse que ela "funciona" provisoriamente lá porque ele tenta, há dois anos, transferir a sede de sua firma do RS para a cidade catarinense.

Segundo Unfer, não há funcionários em Florianópolis, mas uma pessoa na sede da empresa, em Santa Cruz do Sul (RS), para cuidar dos computadores e servidores que armazenam os dados dos clientes. Há outros dois que prestam serviços de contabilidade, segundo ele.

Em Santa Cruz do Sul a sede da UMTI está fechada, e foi vendida recentemente por R$ 48 mil, segundo um funcionário da Karnopp Imóveis.

A corretora foi indicada por funcionários do prédio como responsável pela intermediação do negócio.

FOLHA PRESS

GILNEI LIMA

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