domingo, 31 de julho de 2011
SIMULACRO DE GOVERNO.
Mais de oito anos, quase uma década, e o país mergulhado numa empulhação de democracia, às escâncaras! No âmbito da verbalização, o subgoverno, pretenso pós-modernizador, pratica constantemente o gramaticídio, quando as palavras, na semântica tortuosa das oratórias dos políticos e do governo, são letalmente feridas, segundo interesses reivindicatórios e bajulatórios da ocasião.
É um monólogo de araras, no qual se constata que o país só tem poderosos, mas não Poderes. Todos em defesa das mesmas teses amorais, pois sofreram, preventivamente, mimetização comportamental.
Por serem as reproduções, simulacros da realidade, não se pode considerar, portanto, “democracia”, a aberração que se impinge à nação. Não se pode considerar “Congresso”, um ajuntamento de espécimes sem qualificação para ali estarem. Não se pode considerar “Executivo” a cabeça de Governo que recua de suas decisões a todo instante, por imposição de um partido. Não se pode considerar um “Supremo Tribunal Federal” o que usa a Constituição como pretexto para oratória sofística, ignorando que há vida inteligente no meio da população ovelhum. Não se pode considerar “Imprensa Livre” quando um editorial defende não sei por que razões o STF, hoje, apenas, sigla, já perdidas as suas funções. (O Globo, 17/6/2011, p. 6)
A sofística dos medíocres representantes desta nação fez da Constituição um equipamento pendular para justificar as constantes oscilações de posição, de acordo com o lado que faça tilintar, mais sonoramente, as moedas benfazejas, transformadas em privilégios difíceis de recusarem, pelo hábito de aceitá-los.
Aileda de Mattos Oliveira*
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