quinta-feira, 28 de julho de 2011

Waldo Luís Viana



No Brasil, não existe mais o conflito entre os que estão roubando e os que querem roubar: finalmente, após um pouco mais de cem anos de República, os grupos afoitos se reuniram e estão se entendendo. Todas as nossas instituições, contaminadas e aparelhadas, estão enfeitiçadas pelo mesmo micróbio, pérfido e matreiro.

A corrupção hoje é política de Estado e mãe pressurosa dos Três Poderes. Nada escapa, amigo leitor, ao seu olhar atento. Ela é a devassidão onipotente e onipresente do deus materialista que se entronizou em nossa máquina pública.
Se temos a corrupção como política de Estado, então nada pode escapar a seus encantos, inclusive porque ela expulsou, lá por cima, o certo e o errado – recordam-se? Um bandido de paletó e gravata apanhado gera pane universal, porque foi um “cochilo do sistema”. É ele, o sistema que se sente ultrajado, não a Pátria, jamais a “res sacra”...

Sabemos que o país caminha para uma crise cambial e para a insolvência a passos largos. Sabemos que, depois de todo o período Vargas, de industrialização, temos agora o histórico período petista, de “desindustrialização”. O país financia-se por juros altos e obscenos, oferecidos aos rentistas externos em bandeja de prata e estiola o seu comércio exterior e obriga a indústria a padrões de prevenção, isto é, aumento pavoroso de preços, perdas homéricas de competitividade com o exterior e uma inflação embutida e preventiva, que logo ficará exposta em toda sua nudez.

Finalmente, contudo, a arvora de decisões petista teria de expandir, em si mesma, todo o seu resplendor: a mentalidade maior, do dolo federal teria de ocorrer nas demais instâncias, estadual e municipal. Além da cornucópia de impostos para sustentar toda a farra, porque o brasileiro não se importa em sangrar, as classes dominantes (as “zelites”) permitem que o quadro dantesco se repita ao nível municipal: temos as máfias de transportes, de lixo e do saneamento, compondo o regime de superfaturamento necessário às próximas eleições, construído diligentemente, no contexto maior, pelas empreiteiras e bancos.

Agora, desesperados, dirão vocês: qual é a solução? Responderia, eu, da mesma forma humilde com que brindei meus leitores na Internet por quase dez anos, nada! Tudo continuará como está, dependendo do sistema que aí se instaurou.

O comissariado fascista-marxista-comunista que nos domina comprou todo mundo e tudo permanecerá como está! É bom para os donos do poder e seus vassalos e vassalinhos.

No entanto, creiam, tais mecanismos, com a velocidade da História criam pelo caminho uma entropia e os tecidos vão paulatinamente se necrosando. Por isso, estou tranquilo. Trancado em casa, espero a morte desse “regime” que tem dentro dele – está claríssimo – todos os germens históricos da própria destruição!

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*Waldo Luís Viana

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