segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Rafael Correa dá asilo político a fundador do WikiLeaks, mas força jornalista equatoriano a viver fora do país



Para muitos, é uma contradição. Para outros, hipocrisia. Enquanto o governo do Equador mantém a concessão de exílio a Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, o jornalista equatoriano Emilio Palacio completou na sexta-feira um ano em Miami, forçado a ficar longe do seu país. Motivo: Palacio escreveu, em fevereiro do ano passado, um artigo crítico que desagradou ao presidente do Equador, Rafael Correa, o mesmo governante que agora concede exílio a Assange. E o que, um ano atrás, Correa fez em relação a Palacio? Processou-o.

Na ocasião, Palacio era editor de opinião do principal jornal equatoriano, o El Universo, de Guayaquil. Com ele, foram condenados, por um Judiciário apinhado de juízes indicados pelo presidente, os três proprietários do diário, seus patrões à época. Além da pena de prisão, a multa chegava a US$ 40 milhões. Entidades jornalísticas, mundo afora, protestaram contra o que definiam como arbítrio.

Correa, nos últimos dias, comprou uma disputa diplomática com a Grã-Bretanha pelo direito de dar o exílio a Assange – responsável pelo vazamento de informações diplomáticas sigilosas via WikiLeaks. Em entrevista à BBC, disse que o governo britânico usa “dois pesos, duas medidas” ao ameaçar invadir a embaixada do seu país em Londres para extraditar o fundador do WikiLeaks à Suécia (onde ele é processado por crime sexual). Tudo porque, em novembro do ano passado, manifestantes iranianos que protestavam contra sanções da Grã-Bretanha ao Irã invadiram a embaixada britânica. E houve condenações internacionais, até das Nações Unidas

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