Carlos Newton
É difícil saber quem é o mais incompetente e patético: o governador Sergio Cabral ou a Polícia do Estado do Rio de Janeiro, seja Civil ou Militar. Chegamos a uma fase de esculhambação social, por falta de autoridade, já que a Tropa de Choque da PM não consegue impor a ordem nem diante da residência do chefe do governo.
Menino de classe média baixa, criado no subúrbio de Cavalcanti, na Zona Norte, filho do jornalista Sérgio Cabral, meu colega no antigo Diário de Notícias, o atual governador tinha tudo para dar certo. Era estudante de Comunicação, nunca trabalhou em jornal algum. O pai se elegeu vereador, com o voto dos sambistas, e Serginho entrou para a política. Nunca trabalhou. Casou-se com uma sobrinha-neta de Tancredo Neves e seu primeiro emprego foi um cargo público: diretor da TurisRio, onde criou os Albergues da Juventude.
Estruturou sua carreira defendendo os jovens e a Terceira Idade, fazia bailes para idosos, acabou se elegendo deputado estadual pelo PSDB em 1990, usando o nome do pai (seu material de propaganda trazia apenas o nome Sergio Cabral, propositadamente). Era metido a ético, não aceitou o carro oficial, comprou um Voyage e ele mesmo dirigia, falava mal da mordomia dos outros políticos, parecia mesmo ser diferente.
Aí foi candidato a prefeito duas vezes, ficou rico com as sobras de campanha, virou presidente da Assembléia e aderiu definitivamente ao bloco dos corruptos, tornando-se um de seus maiores destaques. Enriqueceu tão ilicitamente que o ex-governador Marcello Alencar, seu antigo protetor, mandou fazer um dossiê dele, mas acabou não revelando nada, porque Cabral disse que também tinha um dossiê sobre o enriquecimento do filho mais velho de Marcello, Marco Aurélio, e o jogo ficou empatado.
Senador, governador duas vezes, cada vez mais rico, Cabral mostrou ser um mestre em marketing. Suas maiores realizações, as UPAs, unidades de atendimento de saúde, tornaram-se um escândalo de negociatas em parceria com o secretário de Saúde, Sérgio Cortes, também enriquecido ilicitamente, vizinho de Cabral em Mangaratiba e dono de um apartamento triplex na Lagoa, pago em dinheiro vivo.
Outra grande "realização", a instalação das UPPs nas favelas, foi fruto de um acordo com os traficantes, que tiveram proteção oficial para continuar vendendo drogas, desde que não houvesse mais balas perdidas, máscaras ninjas nem tiroteios nos morros. E assim foi feito. Nenhum traficante foi preso, nem mesmo na hollywoodiana ocupação do Complexo do Alemão, com a Polícia correndo atrás dos criminosos sem prender nenhum.
Agora, a baderna se instalou diante da residência desse governador de fancaria. Toda autoridade (como o próprio nome indica) precisa ser respeitada. Mas Cabral não tem autoridade nem se dá ao respeito. É um governador de merda, comandando uma polícia de merda, que também não impõe autoridade.
Uma coisa é permitir manifestações pacíficas. Outra coisa é deixar vândalos e criminosos usarem máscaras, escondendo os rostos, e fazerem o que bem entenderem nesta cidade. Só existe uma ordem a ser dada: "Prendam, para averiguações, todos os que estiverem de rosto encoberto". Simples assim. Mas não existe autoridade nesse governo. Só há malfeitores e corruptos. Uma podridão total.
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